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Plástico: um risco para a natureza

Enquanto o mundo se preocupa com o plástico nos oceanos, um perigo menos visível, mas igualmente grave, avança sobre as florestas, como as do PEI – Parque Ecológico Imigrantes: o acúmulo de resíduos plásticos em ecossistemas terrestres. Garrafas, sacolas, embalagens e até microplásticos estão contaminando solos, rios e a vida selvagem, com consequências que podem ser irreversíveis.

De acordo com o gerente operacional do PEI, Davi Costa, o parque promove atividades educativas para visitantes, escolas e comunidades, destacando os riscos do plástico para os ecossistemas. “Os monitores ensinam sobre os danos causados pelo plástico à vida selvagem como o caso de animais que ingerem ou ficam presos em resíduos”, ressalta.

No parque os visitantes são desencorajados a levar recipientes desse material durante os passeios. Nas visitas, são abordados temas sobre a importância do consumo consciente e os malefícios do uso de sacolas, canudos, copos e garrafas descartáveis. O PEI monitora e realiza coleta de resíduos, incluindo plásticos, em suas trilhas e áreas de preservação para evitar a contaminação do solo e dos rios.

“Diferentemente do lixo orgânico, o plástico pode levar até 500 anos para se decompor. Nas florestas, como as da Mata Atlântica, onde o descarte irregular é comum em áreas turísticas ou devido ao transporte por rios e ventos, esse material se fragmenta em microplásticos, infiltrando-se no solo e liberando toxinas”, afirma Costa.

Pesquisas indicam que essas partículas afetam a microbiota terrestre, essencial para a nutrição das árvores. Os animais estão em risco. Em 2023, um estudo publicado na revista Nature revelou que mais de 1.200 espécies terrestres já foram impactadas pelo plástico.

Tartarugas, aves e até grandes mamíferos, como onças e veados, morrem ao ingerir ou se enroscar em detritos. O plástico não fica apenas no chão. Chuvas e rios carregam resíduos de cidades para as matas, agravando o problema.

Alguns países já proibiram plásticos de uso único, mas especialistas defendem medidas urgentes, como fiscalização rigorosa em áreas protegidas, campanhas de educação ambiental para turistas e comunidades e incentivo ao uso de embalagens biodegradáveis e políticas de logística reversa.

Foto: Sheila Brown / Public Domain

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