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Para capacitar e formar monitores, o PEI realizou cursos gratuitos em parceria com a prefeitura de São Bernardo do Campo

Um dos elos fundamentais entre a comunidade e o Parque Ecológico Imigrantes (PEI) é construído todos os dias por meio do trabalho da equipe de monitores ambientais e dos responsáveis pelo agendamento das visitas. Conhecer um parque é diferente de se sentir incluído a ele. A integração acontece quando o visitante chega ao PEI e é bem acolhido e recebe informações sobre a concepção do local, os requisitos de sustentabilidade, acessibilidade e inclusão social que permearam sua construção, além de informações sobre o magnífico bioma da mata atlântica.

Outro aspecto que se insere e ajuda a formar a cultura de integração é a troca de experiências entre a equipe e o público. “Boa parte das pessoas percebe o nosso trabalho como uma coisa positiva, por conta do conteúdo que recebem. As informações que passamos enriquecem. Aprendemos muitas coisas e essa troca acaba sendo muito rica”, explica Danielle Lima do Santos (23), monitora ambiental, moradora do Bairro Ipanema, em São Bernardo do Campo, e estudante de biologia.

Para capacitar e formar os monitores o PEI realizou cursos gratuitos, em parceria com a prefeitura de São Bernardo do Campo, que disponibilizou uma escola da região do pós-balsa, no bairro Santa Cruz, para a realização das aulas. “A ideia foi dar preferência aos interessados que moram no entorno e gerar o desenvolvimento participativo. O processo desencadeou algo maior. Muitos daqueles capacitados, que antes eram caçadores e exploravam de forma irregular as áreas de mata do parque, hoje são multiplicadores na região da importância da cultura da preservação e do PEI para os moradores locais”, ressalta Márcio Koiti Takiguchi, diretor do parque.

Um monitor ambiental é capacitado em temas como cultura regional e patrimônio histórico, ecologia básica e biomas brasileiros, legislação ambiental, conceitos básicos de turismo, sustentabilidade e controle de poluição, acessibilidade no ambiente construído, meio ambiente e cidadania, tratamento de resíduos, unidades de conservação e relacionamento com pessoas. A ideia no PEI é que eles sejam agentes ambientais e comunitários.

Para que os passeios aconteçam da melhor maneira possível um membro da equipe tem papel fundamental: a responsável pelos agendamentos. O nome dela é Raquel Rosa Anacleto (35). Moradora do bairro Santa Cruz e responsável por organizar a agenda de visitas, Raquel faz a triagem para saber as características especiais de cada grupo e passa as informações para o coordenador dos monitores.

A partir daí, o coordenador Wollen Dias Barbosa (26), também morador do Santa Cruz, verifica quais são as medidas necessárias a serem tomadas e, dependendo das necessidades de cada grupo, disponibiliza cadeira de rodas ou aciona um interprete em Libras; além disso, ele é quem elabora o plano específico de trilhas, equalizando o grau de dificuldade de mobilidade do grupo com os níveis de dificuldade das seis trilhas do parque. “O fato de sabermos o perfil das pessoas de forma prévia nos ajuda na programação dos passeios”, explica Barbosa.

“Todos os dias, antes de os grupos chegarem, um dos monitores é responsável em fazer uma ronda pelas trilhas para identificar a situação. Se há a presença de animais ou insetos, árvores caídas e se o terreno está escorregadio após as chuvas”, explica o monitor Reinaldo Macabel Luiz (40), morador do bairro Rudge Ramos, em SBC. Ele explica que esse processo é muito importante, pois há a preocupação com o conforto dos visitantes no trajeto. “Quando chove bastante, os idosos, por exemplo, não podem fazer as trilhas de nível médio de dificuldade pelo risco de queda”, conclui Macabel.

Conforme as visitas vão acontecendo, o trabalho da equipe de monitores do PEI evolui. Esse é um processo de aprendizagem contínua que visa integrar, incluir, compartilhar e inovar nos quesitos de monitoria ambiental. Vocação do parque que nasceu para ser sustentável, acessível e educativo.