O Parque Ecológico Imigrantes (PEI) tem como filosofia a inclusão social das comunidades da região.

Um novo modo de encarar as situações do cotidiano por meio da educação ambiental, redução de custos, preservação e aprimoramento do capital humano.

Com este intuito, desde o início, no processo de construção das infraestruturas até a prestação de serviços nas diferentes atividades desenvolvidas no dia a dia do parque, o objetivo foi gerar o desenvolvimento participativo.

Tanto é que os trabalhadores da obra, o guarda-parque, a equipe de manutenção e os guias internos foram selecionados localmente, com o propósito de gerar qualificação e oportunidades para a comunidade e entorno. Uma presença tão relevante que em sua fase preliminar gerou um estudo para medir o impacto social na região.

ATOR SOCIAL

Os bairros localizados na região do pós-balsa se configuram como fator primordial para a conservação da região do entorno do Parque Ecológico Imigrantes. Com um levantamento feito pelo PEI concluiu-se que vivem nessa região cerca de 10 mil pessoas em condições precárias, sem saneamento básico e convivendo com a falta de energia e de água , ocasionada pela precariedade dos sistemas de abastecimento.

Essas pessoas sofrem com a falta de segurança sem a presença de um posto policial e a ronda feita pelas viaturas não consegue coibir a violência e o tráfico de drogas.

O PEI pertence ao bairro Santa Cruz e o trabalho de pesquisa se concentrou em 100 casas localizadas em três vilas menores chamadas Cinderela, Turmalina e Matarazzo. Ao lado, ficam os bairros Tatetos e Taquaquecetuba.

O objetivo dos pesquisadores do PEI foi medir a percepção dos moradores sobre a existência de uma estrutura de parque ecológico no entorno. A ideia é a incutir a percepção ambiental nas pessoas sobre o ambiente em que vivem e explicar que a ação do homem na natureza, no caso o parque, reflete diretamente na forma como eles se relacionam com o local.

A pressão urbana vem crescendo nos últimos anos nos arredores. Existem indícios de crescimento populacional acompanhado de invasão de terras e malha urbana. Uma das nascentes que sai do território e forma um braço da represa Billings está totalmente poluída por causa do esgoto doméstico.

O projeto socioambiental do PEI identificou características que comprometem a conservação, onde estão presentes agentes de impacto, como a grilagem de terra, vendas de terrenos irregulares, presença de lojas de materiais de construção, extrativismo vegetal e caça ilegais. Além do descarte de pneus, carcaças de carros, lixo e poluição do solo e da água.

Como forma de começar a coibir as ameaças o PEI instalou placas indicando as divisas da área e promove o trabalho de conscientização por meio de campanhas e parcerias com os projetos sociais das comunidades locais.

O PEI prima por utilizar mão de obra local e capacitar pessoas da região. Forma monitores ambientais locais que ajudam na conscientização junto à população para entenderem a importância de preservar o local onde vivem.

Além disso, os projetos Rede Balsear e a Padaria Cia do Trigo, ambos de economia solidária, são convidados com frequência a participarem dos eventos no parque. Ana Lúcia de Carvalho, é coordenadora do Rede Balsear e produz peças de cerâmica que servem de utensílios de cozinha fabricados nos formatos inspirados nas folhas da Mata Atlântica, como a mamona e a taioba. Ela participa, eventualmente, de eventos no PEI onde expõem e vende produtos do projeto.

O casal Denise de Souza Nascimento e José Donetti Júnior, que coordenam o projeto da Cia do Trigo, há 4 anos, é outra parceira. Eles fornecem o serviço de coffee break e o trabalho pretende gerar renda para mulheres que sofrem violência doméstica.