Blog Educação Ambiental, Acessibilidade
e Inclusão Social

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Roteiro dos monitores

A monitoria do PEI consiste em um trabalho no qual monitores treinados conduzem grupos, de diversas idades, por algumas das trilhas disponíveis no parque e, durante o percurso, abordam temas voltados à educação ambiental e acessibilidade.

Visando mais homogeneidade no discurso dos monitores, certos temas foram definidos como essenciais por possuírem afinidade com a educação ambiental e, para ilustrar esses assuntos, os monitores aproveitam as próprias características encontradas no percurso.

Tempo de passeio: aproximadamente 2h30

Distância percorrida: cerca de 2 km

Nível de dificuldade da trilha: fácil

Quantidade média de pessoas por grupo: 10

Público sugerido: estudantes a partir do 4º ano do ensino fundamental (ideal para uma aplicação mais eficiente dos temas)

Ecologia e sustentabilidade

Local: início do passeio, logo após as apresentações.

O monitor explora estes termos, explicando brevemente seus significados e utilizando as características do PEI como exemplos (madeira reciclada, painel fotovoltaico, estrutura do portal etc.) Também é citado o termo Mottainai e seu significado.

Os painéis fotovoltaicos e a turbina eólica servem de modelo de energia limpa. Os equipamentos são responsáveis por acionar as bombas que movimentam a água da chuva, captada da cobertura do portal de entrada, que mantém o nível dos lagos artificiais. Além disso, parte dessa energia alimenta a iluminação, câmeras de monitoramento e tomadas.

O parque possui uma passarela elevada feita com estrutura de madeira plástica. Esse material foi produzido a partir da reciclagem de resíduos plásticos somados aos da indústria moveleira. Esse piso é o principal local de circulação de pessoas e sobrevoa a floresta em meio à copa das árvores.

A solução construtiva utilizada no Portal de Entrada, também busca diminuir os impactos ambientais futuros. O aço utilizado é reciclado e corresponde ao reaproveitamento de toneladas de material reaproveitado da indústria automobilística.

Mais de 15.000 mudas de árvores nativas plantadas e de espécies locais têm sido cultivadas;

Na implantação do parque foi realizada a gestão dos resíduos. Mais de 92% das sobras da obra foram valorizadas.

A filosofia japonesa Mottainai está presente no DNA do Parque Ecológico Imigrantes. Significa aprender a reconhecer o valor de todos os recursos e a partir disso aproveitar tudo com respeito, gratidão e sem desperdício.

Acessibilidade

Local: Próximo ao 1° elevador.

É abordado o significado de acessibilidade. A passarela, elevadores e o funicular são utilizados como principais exemplos.

Plataformas, elevadores, piso tátil, rampas de acesso, bondinho em plano inclinado, corrimões, assim como a Trilha Sensorial, permitem que cadeirantes, deficientes visuais e pessoas com baixa locomoção e necessidades especiais possam desfrutar do convívio com a natureza.

Água – lagos artificiais e ETE

Nesse ponto o monitor aborda a importância da água e destaca a reutilização de recursos ao explicar o funcionamento da ETE e a criação dos lagos artificiais.

A ETE trata os efluentes de forma biológica, utilizando bactérias anaeróbicas que tornam a água adequada para ser reutilizada na irrigação.

Flora do PEI

Local: o monitor aborda curiosidades e informações sobre cada espécie ao aproximar-se da espécie em questão no caminho.

Entre as diversas espécies da flora encontrada no PEI, foram selecionadas algumas que mais se destacam no caminho. Sendo as seguintes:

Juçara;

Araçá;

Manacá da serra;

Embaúba;

Bromélia;

Samambaia.

Juçara

A Palmeira Juçara é uma das árvores nativas da Mata Atlântica brasileira mais ameaçadas de extinção por conta da extração de seu palmito.

Araçá

O araçá é uma fruta que possui espécies variadas. O nome vem do tupi e significa “planta que tem olhos”, por causa de suas sépalas, que dão a aparência de um olho. No PEI os visitantes podem encontrar alguns exemplares da espécie que nascem encostados ao guarda-corpo da passarela elevada. É uma planta arbustiva, cujo fruto tem o sabor bem parecido com o da goiaba, embora seja um pouco mais ácido e com perfume mais marcante.

Manacá da serra

A palavra manacá tem origem tupi e significa linda flor. Sua florada acontece entre os meses de novembro e março. É nessa época que a passarela elevada do parque fica ainda mais exuberante. A mutação das cores de cada flor acontece quando são polinizadas. As pétalas passam do branco para o rosa até chegar ao roxo.

Embaúba

Uma das mais belas árvores da Mata Atlântica, também conhecida como árvore-da-preguiça ou imbaíba. Os macacos adoram se alimentar da embaúba. No PEI já foram vistos bugios se deliciando com suas folhas. As formigas também se alimentam de um composto doce presente nas “axilas” das folhas, produzido especialmente para atraí-las. Em troca, elas fornecem proteção contra predadores.

Bromélias

As bromélias são plantas epífitas (que crescem sobre outras plantas, sem parasitá-las) ou terrestres, conhecidas por suas folhas em roseta, que formam um reservatório natural de água. No PEI, elas contribuem para a manutenção da umidade e servem como micro habitats para diversas espécies, como insetos, anfíbios e até pequenos répteis. Além disso, suas flores atraem polinizadores, como beija-flores e abelhas, fortalecendo a cadeia alimentar local.

Samambaias

As samambaias desempenham um papel fundamental na paisagem e no ecossistema do parque. Ajudam a manter a umidade do solo e servem de abrigo para pequenos animais e insetos.

Bioma da Mata Atlântica

O monitor explica brevemente quais são as principais características do bioma e cita todos os biomas brasileiros.

Local: logo após a bifurcação da passarela.

A Mata Atlântica abriga aproximadamente 20.000 espécies de plantas (cerca de 8.000 endêmicas). É lar de animais emblemáticos, como o mico-leão-dourado, onça-pintada, tamanduá-bandeira, tucano e diversas espécies de aves e anfíbios. Predomínio de clima tropical úmido, com chuvas frequentes e alta umidade do ar. Nas regiões serranas, ocorre a neblina constante, favorecendo plantas epífitas (como orquídeas e bromélias). Originalmente cobria 1,3 milhão de km², mas hoje restam apenas cerca de 12% da cobertura original. Sofreu intenso desmatamento devido à urbanização, agricultura (cana-de-açúcar, café) e exploração madeireira.

Breve histórico da mata do PEI

É dado um breve histórico da mata na qual o PEI se localiza, lembrando o passado no qual a área foi degradada por conta da extração de madeira, comparando com o presente no qual se destaca a restauração da mata.

Local: logo após a bifurcação da passarela.

Fauna do PEI

Dentre as diversas espécies da fauna encontrada no PEI, foram selecionadas algumas que se destacam por serem bem características da região e por já terem sido visualizadas no entorno.

Animais em destaque:

Peixe guaru;

Sapos, rãs e pererecas;

Serpentes;

Macaco bugio;

Anta;

Quati.

Local: o monitor aborda informações e curiosidades sobre cada animal nos pontos que possuem alguma referência com eles.

O Peixe guaru é um pequeno peixe de água doce nativo do Brasil, amplamente encontrado em riachos, lagoas e córregos da Mata Atlântica. Os lagos do parque contam com a presença desses pequenos peixes que comem as larvas de mosquitos e evitam a proliferação de mosquitos, inclusive os causadores de doenças como a dengue.

Os sapos, rãs e pererecas se escondem entre bromélias e folhas úmidas, aproveitando os lagos e córregos para se reproduzir e se alimentar de pequenos insetos.

As serpentes desempenham um papel essencial no equilíbrio ecológico ao controlar populações de roedores e outros animais, além disso, as serpentes são animais de extrema importância na sensibilização ambiental e, portanto, desmistificá-las é essencial.

O macaco bugio, com seu grito potente que ecoa pela floresta, pode ser avistado nas copas das árvores, onde vive em grupos e se alimenta de folhas e frutos.

A anta é um animal incrível que pode pesar cerca de 300 quilos e costuma aparecer nas áreas mais densas e úmidas do parque, contribuindo para a dispersão de sementes e a regeneração da vegetação.

O quati é um mamífero curioso e ágil que costuma andar em bandos e explora a mata sempre em busca de frutas ou pequenos animais.

Banheiros ecológicos: fossa séptica biodigestora e jardim filtrante

O monitor explica brevemente como funciona o sistema de cada um dos banheiros ecológicos encontrados no PEI.

Local: ao lado do respectivo banheiro.

Banheiro com sistema de fossa séptica biodigestora

A estação de tratamento do PEI torna a água utilizada nos banheiros e, demais dependências, reutilizável. A partir desse processo a água é devolvida à natureza sem causar danos e com os nutrientes e compostos orgânicos em níveis adequados. Ela é espalhada pela área por meio de um sistema de gotejamento que ajuda na irrigação e requalificação da floresta.

Banheiro com sistema de jardim filtrante

O processo de tratamento dos efluentes acontece por meio da filtragem exercida por pedras e raízes de plantas, como da bananeira. Estes elementos simulam ecossistemas naturais pantanosos para diminuir os contaminantes da água.

Abelhas e jardim polinizador

Nesse ponto é abordado a importância das abelhas e as principais diferenças entre abelhas nativas e abelhas africanizadas. Nesse ponto também é destacado o jardim polinizador do PEI.

Local: Meliponário do PEI

Jardim polinizador

O parque desenvolveu, em parceria com Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva (DEBE) da Unifesp – Campus Diadema, um jardim polinizador. O local conta com espécies de flores melitófilas (polinizadas por abelhas) e alia o paisagismo a um viés ecológico, pois funciona como atrativo para a fauna silvestre.

Abelhas

O Pró-Mel SBC é uma ferramenta de conscientização sobre a importância da preservação do bioma local e das populações de abelhas nativas. O projeto visa contribuir com o aumento da conscientização ambiental, preservação da natureza, geração de renda e capacitação profissional de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. No local existe um meliponário, com uma coleção de colmeias de abelhas sem ferrão (Meliponíneos).

Viveiro PEI

Nesse ponto o público é apresentado ao projeto do viveiro, onde é destacado o plantio e a comercialização de mudas nativas.

Os viveiros de plantas nativas são importantes ferramentas de restauro de áreas florestais degradadas. As mudas são utilizadas em projetos de reflorestamento, recuperação ambiental, paisagismo sustentável e conservação de espécies nativas. A ideia é reavivar áreas impactadas ou preservar e promover a biodiversidade local. Com o projeto Sementes de Valor, o Parque Ecológico Imigrantes pretende expandir as fronteiras e oferecer ao poder público e privado o serviço de reflorestamento de áreas degradadas tendo como ponto de partida mudas de espécies nativas da Mata Atlântica e de outros biomas brasileiros.

Outros temas que são mencionados:

História da fundação Kunito Miyasaka

A Fundação Kunito Miyasaka foi fundada em 21 de outubro de 1998 com o objetivo de contribuir para a integração do Brasil e o Japão, apoiando, preservando, promovendo causas humanitárias, bens culturais e sociais. O Parque Ecológico Imigrantes é um presente da comunidade japonesa ao povo brasileiro.

Trabalhos da Unifesp que são realizados no PEI

O parque tem sido um importante espaço para a pesquisa de campo realizada por alunos e professores do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Unifesp – Campus Diadema (ICAQF). A parceria tem evoluído e movimentado o parque com incursões de pesquisadores e alunos para a realização de experimentos em períodos diurnos e noturnos.

Breves informações: sobre fungos, galha de Tibouchina, nascentes, serrapilheira, musgos e líquens; além de plantas que são conhecidas como medicinais e são encontradas no percurso.

Por fim, é importante destacar que além da abordagem dos temas, os monitores também ficam abertos a perguntas do público e ainda incluem momentos de silêncio e contemplação da mata, momentos nos quais a turma é convidada a experenciar os sons e as sensações que o ambiente natural proporciona.

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