
Parques favorecem a produção de alimentos
As mudanças climáticas têm provocado impactos preocupantes na produção de alimentos em escala global. Eventos extremos, como secas e enchentes, afetam diretamente a agricultura, causando escassez e alta nos preços dos alimentos. Nesse contexto, áreas verdes como o PEI – Parque Ecológico Imigrantes – desempenham um papel fundamental ao frear processos como a desertificação e outros fenômenos decorrentes da desregulação climática.
O PEI contribui tanto direta quanto indiretamente para os ciclos agrícolas. Segundo o engenheiro agrônomo e especialista em sustentabilidade, José Pedreira de Freitas, as florestas são essenciais para regular o regime e a distribuição das chuvas, especialmente em regiões distantes de rios e outras fontes de água. “As florestas ajudam a controlar o ciclo da água ao absorvê-la, armazená-la e liberá-la gradualmente durante os períodos secos”, explica.
Por meio da evapotranspiração – processo no qual as árvores liberam vapor d’água – formam-se gotículas que dão origem às nuvens e chuvas. É assim que surgem os chamados “rios voadores”, que transportam umidade de uma região a outra.
Além da preservação hídrica, os parques também são vitais para a manutenção da biodiversidade. “Desde micro-organismos presentes no solo, como fungos e bactérias, até animais e aves vivem em harmonia na floresta. Basta lembrar que, em apenas uma colher de sopa de solo, há mais micro-organismos do que a população mundial”, destaca Pedreira.
Polinizadores como insetos, aves e até morcegos são cruciais para a reprodução das plantas e, consequentemente, para a produção de alimentos. Esses agentes naturais transferem o pólen entre as flores, permitindo sua fecundação e multiplicação. “É nas florestas que esses polinizadores habitam. Sem eles, plantações não se desenvolvem, e não há produção de alimentos, fibras como o algodão ou energia como o etanol da cana-de-açúcar”, ressalta.
Pedreira também pontua que diversos produtos do nosso cotidiano dependem desse equilíbrio: “A cerveja vem da cevada, o vinho da uva, a limonada do limão. São exemplos simples do quanto dependemos da natureza para manter o que gostamos e precisamos”.
Outro benefício é a proteção do solo contra a erosão, o que mantém sua fertilidade para a agricultura no entorno do parque. Além disso, as florestas têm o poder de absorver CO₂ da atmosfera, colaborando na redução do aquecimento global e protegendo as plantações dos efeitos do calor extremo.
Assim, o PEI não apenas protege a biodiversidade, mas também promove a agricultura sustentável e fortalece os sistemas alimentares frente às mudanças climáticas. Sua conservação é essencial para garantir que as futuras gerações tenham acesso a alimentos em um mundo que enfrenta os desafios do aquecimento global.
Foto: Agricultura/café no sudeste – Fernando Rebêlo / Creative Commons
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