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Queimadas exalam fumaça letal, apontam cientistas

A fumaça liberada por incêndios florestais é muito mais perigosa para a saúde do que se acreditava. Um novo estudo liderado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) aponta que as mortes por exposição de curto prazo às partículas finas PM2.5 — emitidas durante queimadas — têm sido subestimadas em 93%.

Segundo os pesquisadores, entre 2004 e 2022, cerca de 535 pessoas morreram, em média, todos os anos na Europa em consequência direta da inalação dessas partículas tóxicas. Pelos métodos convencionais, que equiparam a toxicidade da poluição por incêndios à de outras fontes, como o tráfego urbano, esperava-se apenas 38 óbitos anuais.

As partículas de incêndios florestais, explicam os cientistas, apresentam efeitos mais severos no organismo do que outros poluentes equivalentes. A exposição aumenta o risco de morte na semana seguinte ao contato: cada micrograma extra de PM2.5 por metro cúbico de ar eleva em 0,7% a mortalidade geral, 1% a respiratória e 0,9% a cardiovascular.

O alerta chega em meio a uma temporada devastadora na Espanha. Só em 2025, mais de 895 mil hectares já foram consumidos pelo fogo na Europa — o dobro da média registrada nas últimas duas décadas para esta época do ano. Além das mortes diretas pelas chamas, especialistas ressaltam que os efeitos da fumaça atingem milhões de pessoas, mesmo a centenas de quilômetros de distância.

Para os pesquisadores, o avanço das mudanças climáticas intensifica a ameaça. O aumento das ondas de calor e a seca prolongada transformam vastas regiões em verdadeiros barris de pólvora. “O problema já não é apenas do Mediterrâneo, mas de toda a Europa”, alertou Victor Resco de Dios, professor da Universidade de Lleida.

Fonte: Um Só Planeta

Incendio Fabio Rodrigues-AgBrasil

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