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Um novo capítulo na luta climática

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) promete se transformar em um marco de ações ambientais para a humanidade. Esta edição sediada no coração da floresta amazônica, em Belém, promete ser a “COP da Implementação”, com anúncios concretos para renovar as expectativas de especialistas e ambientalistas.

Entre os destaques da próxima conferência está a possibilidade de o evento contabilizar a maior participação indígena da história. O Brasil prepara a “Aldeia COP”. A meta dos organizadores é que três mil integrantes de povos originários estejam presentes no evento em novembro. A ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara, afirmou que a presidência brasileira na COP30 se prepara para viabilizar o recorde de participação dessa população no evento.

Outro dado importante, apesar das grandes dificuldades de se encontrar estadia em Belém, é que a cidade está se transformando para o evento; e obras de infraestrutura ficarão como melhorias para o município. Cerca de 300 vias receberam pavimentação asfáltica, o que, ao todo, representa quase 90 quilômetros de vias recuperadas, distribuídas por 32 bairros e distritos da capital paraense.

Para a COP de Belém, um novo mecanismo financeiro está sendo negociado para bancar a preservação de florestas tropicais e marcará uma virada na lógica de como o mercado olha para as árvores. Segundo o grupo que pretende lançá-lo na COP30, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) compensará nações tropicais por possuírem vegetação natural, não apenas por deixarem de derrubá-la. Se a ideia vingar, matas hoje vistas como passivos pelos proprietários de terra (entraves no custo de transformar propriedades em lavoura ou pasto) passarão a ser ativos financeiros.

Em ritmo dos preparativos para o evento, o governo do Brasil, a ONU e a Presidência da COP30 apresentaram o Balanço Ético Global, um chamado mundial à ação climática que vai além das discussões técnicas e que incorpora a dimensão ética no enfrentamento da crise do clima.

Inspirada no Balanço Global do Acordo de Paris, a iniciativa busca refletir sobre as implicações morais das decisões climáticas, reunindo ciência, saberes indígenas e necessidades globais para limitar o aquecimento a 1,5° C.

Neste contexto, os vice-ministros dos países membros do BRICS – grupo de cooperação internacional entre países emergentes, formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia e China – aprovaram o documento base sobre financiamento climático durante reunião ocorrida em Brasília. O texto aponta caminhos para atrair investimentos que serão utilizados em ações de combate à mudança do clima.

O grupo lançou também o acordo para discutir a contabilidade da pegada de carbono num determinado produto ou setor. A intenção é verificar o impacto dessa prática na vida econômica dos países do BRICS, especialmente nas relações de comércio exterior.

Foto: N74 Cop30

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