Brasil pode alinhar mercados globais de carbono
O Brasil pretende apresentar uma proposta ambiciosa para alinhar os mercados globais de carbono, por meio da criação de uma coalizão voluntária que conecte os sistemas existentes de precificação de carbono. A regulamentação dos mercados de carbono também representa uma importante oportunidade de negócios. O Banco do Brasil será a instituição financeira à frente da iniciativa.
Em artigo publicado pela presidente do banco, Tarciana Medeiros, no site da COP30, a CEO afirma que está trabalhando para transformar a principal instituição financeira do país em um ator chave para o financiamento de carbono, oferecendo soluções integradas que vão desde a identificação e a conexão de projetos sustentáveis até a facilitação da negociação de créditos de carbono.
A coalizão começaria estabelecendo um preço unificado do carbono para quatro setores industriais-chave — aço, alumínio, cimento e fertilizantes — que, juntos, respondem por cerca de 20% das emissões globais de gases de efeito estufa.
Essa nova solução baseia-se em metodologias reconhecidas, como o REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) e a Agricultural Landing Management (ALM). Ela integra dados espaciais do MapBiomas, do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e base de operações de crédito voltado para agricultura de baixo carbono, permitindo uma classificação hierárquica das propriedades rurais.
Segundo Medeiros, a base de clientes da instituição pública, com 85 milhões de pessoas, e a liderança no agronegócio geram uma vantagem única, permitindo uma diligência prévia rigorosa e maior segurança nas transações.
“Nossa tecnologia proprietária combina análise geoespacial, inteligência artificial e ciência de dados para localizar propriedades rurais com alto potencial tanto para a preservação ambiental quanto para o risco de desmatamento. Como resultado, o tempo de resposta para identificação de projetos elegíveis foi significativamente reduzido”, ressalta a CEO.
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