
Mata Atlântica é potência agroecológica
Foto: José Fernando Ogura
A região Metropolitana de São Paulo é a responsável pela maior produção de alimentos no estado. Em áreas e cidades próximas ao PEI existe o chamado Cinturão Verde Paulista compreendido por diversos municípios pertencentes à macro metrópole. Essas localidades concentram produtores rurais que praticam a agricultura familiar em propriedades vizinhas a importantes reservas florestais de Mata Atlântica, o que torna a Grande São Paulo uma potência agroecológica. Uma atividade importante para fornecimento de alimentos para a maior cidade da América Latina.
Para se ter ideia, a hortifruticultura é praticada em áreas muito próximas ao PEI e a São Bernardo do Campo, na porção sul do município de São Paulo, na região de Parelheiros, Marsilac e Colônia. Mas a maior concentração de produtores rurais do Cinturão Verde Paulista está na sub bacia Tietê Cabeceiras (a leste da cidade de São Paulo), com destaque para os municípios de Biritiba-Mirim, Suzano e Mogi das Cruzes. Nessas cidades estão as mais importantes áreas de produção de frutas, legumes e verduras, com cerca de quatro mil pequenos produtores.
No lado oeste da Grande São Paulo, as principais cidades que realizam agricultura para produção de alimentos são Cotia, Ibiúna, Itapetininga, Piedade, Pilar do Sul e Sorocaba, com cerca três mil pequenas propriedades rurais. Ao todo, o Cinturão Verde Paulista responde por 25% da produção nacional de verduras e por 90% das verduras e 40% dos legumes consumidos em São Paulo.
De acordo com o estudo Produção de Alimentos na Mata Atlântica, realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, com o apoio da Cátedra Josué de Castro, a partir levantamento dos Censos Agropecuários do IBGE, as bases de dados de uso da terra do MapBiomas e o Atlas da Agropecuária Brasileira, embora detenha apenas 27% do total da área agropecuária do Brasil, a Mata Atlântica é responsável por cerca da metade da produção de alimentos para consumo direto da população. Ainda assim, emite somente 26% do total de gases de efeito estufa (GEE) do setor agropecuário.
O objetivo do estudo foi avaliar a situação fundiária, o uso da terra, a produção agropecuária e de alimentos no bioma Mata Atlântica para apontar tendências e oportunidades de sua contribuição para sistemas agroalimentares saudáveis e sustentáveis. Além disso, buscou-se identificar caminhos para que a produção agropecuária e de alimentos sejam compatíveis com a neutralidade de emissões de gases de efeito estufa do setor de uso da terra da Mata Atlântica até 2042.
< Voltar