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Meliponário: uma questão de vida

O aumento da conscientização ambiental, a  preservação da natureza, a geração de renda e capacitação profissional de pessoas carentes estão entre as metas da parceria entre o PEI e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), campus Diadema, com apoio do Rotary Club, São Bernardo do Campo, para a concepção de um Meliponário com abelhas nativas, sem ferrão.

O Meliponário é uma coleção de colmeias de abelhas sem ferrão (Meliponíneos) de vários tipos. De acordo com a professora Fabiana Casarin, do Departamento de Biologia Evolutiva da Unifesp, a introdução e manejo das abelhas nativas são importantes para o equilíbrio ambiental. “Ao lado de outros agentes polinizadores, as abelhas nativas ajudam na reprodução da flora e na produção de vegetais por meio da polinização cruzada. Um serviço ecológico para a conservação dos ecossistemas e no desenvolvimento da agricultura e produção de alimentos.”

O Brasil possui cerca de 400 espécies de abelhas nativas, entre as principais estão a Jataí, Mandaçaia, Manduri e Uruçu. Casarin explica que uma das causas do desaparecimento das abelhas nativas é a proliferação dos apiários com abelhas africanas. “As abelhas vindas da África se adaptaram muito bem ao Brasil e produzem mel em abundância, mas são agressivas (possuem ferrão) e acabam por expulsar as espécies nativas. O que é muito ruim, pois as abelhas brasileiras possuem papel estratégico na reconstituição das florestas, na polinização de plantações de frutas, legumes e grãos”.

No caso do manejo dessas espécies na região do PEI, a ideia é que a comunidade local passe por um programa de capacitação sobre instalação e manutenção, povoamento e extração do mel. Aos poucos, o objetivo é que o projeto – previsto para dois meses – se torne fonte de geração de renda complementar. A ideia é que as abelhas nativas produzem mel em pouca quantidade, mas mais saboroso e de melhor qualidade, com maior valor nutritivo e utilizado na alta gastronomia.

A meta é distribuir caixas para colméias, cedidas pela Unifesp Diadema, com as populações de abelhas sem ferrão, para serem instaladas em locais estratégicos na divisa do parque, e de fácil acesso à população. A ideia é tornar a ação uma ferramenta de conscientização sobre a importância de preservação do bioma local e das populações de abelhas nativas. Participam também do projeto, na equipe de Meliponicultura da Unifesp – Diadema, as professoras Michele Manfrini Morais Vatimo e Laís Calpacci Araújo.

O Meliponário se insere em um movimento internacional de repovoamento de abelhas que respeita as populações locais e prestam importante serviço ambiental. Além dos benefícios à comunidade local, servirá como laboratório de pesquisa e ensino para a Universidade e escolas. Os espaços onde serão instaladas as caixas ecológicas para o desenvolvimento das colméias servirão como salas de aulas ao ar livre para crianças de escolas públicas e privadas aprenderem a importância da preservação das abelhas para a existência da vida no planeta.

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