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Visitante deseja reencontrar fauna e flora

Há pouco mais de dez anos, o Discovery Channel exibiu um interessantíssimo documentário que, diante do sucesso alcançado, acabou por se tornar uma pequena série: “O mundo sem ninguém”.

O tema era exatamente esse contido no título. O que aconteceria com o planeta se, por alguma razão inexplicável qualquer, os seres humanos simplesmente desaparecessem da face da Terra.

A medição das repercussões dessa inesperada ausência é feita gradativamente: uma hora depois do sumiço da população, um dia depois, uma semana, um mês, um ano, dez anos, cem anos e assim por diante.

Ainda que apenas sessenta minutos mais tarde, o resultado da desaparição é imediato.Os animais domésticos começam a perceber que as pessoas se foram e decidem investigar o ocorrido, tentando se livrar dos laços que os ligavam à humanidade. Rapidamente, readquirem os instintos básicos que os caracterizam como animais.

Quando conseguem romper os limites das casas que os acolhiam fazem o que as gerações seguidas de amestramento os fez esquecer e saem para caçar. Se os animais recuperam seus traços originais, a natureza recupera tudo o que lhe foi tomado pela civilização.

De alguma forma, ainda que numa dimensão diferente, a pandemia trouxe algo semelhante, pelo menos durante os primeiros instantes do isolamento social.Praças, centros comerciais, cinemas, escolas, ruas, parques e tudo aquilo que gerasse aglomeração foi esvaziado.Inclusive o Parque Ecológico Imigrantes.

Como terão reagido as espécies que habitam o PEI? Onde foi parar toda aquela gente que visitava o Parque, devem ter pensado as criaturas que lá vivem?

Muito bem, animais e plantas não pensam, mas possuem algum nível de consciência do mundo ao seu redor.Árvores se conectam através de um intrincado sistema de raízes, como capilares que “falam” entre si. Animais latem, miam, relincham, mugem, rugem e se comunicam em sua própria linguagem.

Ao contrário do documentário “O mundo sem ninguém”, em que toda vida inteligente casou e mudou, sem aviso prévio, o Parque Ecológico Imigrantes não foi abandonado à própria sorte. Muito pelo contrário.

Apesar de fechado para o público, as equipes de manutenção que garantem sua preservação seguem em seu trabalho diário, cuidando para que a biodiversidade daquele trecho privado de Mata Atlântica continue resguardado.Fauna e flora que devem sentir nossa falta, como sentimos a falta delas. Logo nos reencontraremos.

Zoca Moraes.

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