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Um parque como corredor ecológico de vida

Segundo a definição pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), os Corredores Ecológicos visam mitigar os efeitos da fragmentação dos ecossistemas e promover a ligação entre diferentes áreas, com o objetivo de proporcionar o deslocamento de animais, a dispersão de sementes e o aumento da cobertura vegetal. Esse é um dos mais importantes papéis que o PEI, como unidade de conservação, realiza ao servir de caminho para que a natureza transite e se desenvolva entre o Parque Estadual Serra do Mar (PESM) e a Represa Billings.

De acordo com Bruno Barbanti, biólogo do PEI, os Corredores Ecológicos  são de extrema importância, pois, entre outros aspectos, evitam o chamado efeito ilha e ajudam a promover a troca genética entre membros da fauna da mesma espécie. “Se deixar grupos faunísticos isolados eles promovem o cruzamento com membros familiares ou muito próximos e isso não é bom, pois ocasiona a degeneração de algumas espécies. É saudável que os animais convivam em grupos com determinada quantidade de elementos para ser viável a existência no habitat. Os corredores ecológicos, como o PEI, nesse caso, são fundamentais para a circulação e a manutenção dessas populações”, explica Barbanti.

É sempre bom salientar a importância desse corredor na geografia da região. Para se ter uma ideia o PESM possui 332.000 hectares, que vão da divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro até o município de Itariri, no sul do estado paulista. E a Billings, uma gigantesca área manancial, construída em 1935, faz limite com a bacia hidrográfica da Guarapiranga a oeste e conta com área de bacia hidrográfica de 474,6 km² e comprimento de 32,77 km. 

Manutenção do regime hídrico da Billings

Outro importante serviço ambiental promovido pelo parque é o da conservação das matas ciliares no entorno de nascentes e afluentes que brotam ou passam pelo local. Esses cursos d’água seguem o fluxo natural até a represa e ajudam a manter os níveis de um dos maiores e mais importantes reservatórios da Região Metropolitana de São Paulo.

Segundo Barbanti, “a preservação de áreas como a do PEI serve de exemplo para que possamos preservar as florestas e garantir a vida de afluentes, pequenos rios que são fundamentais para combater a crise hídrica”.

O processo funciona assim: a vegetação, por ser diretamente relacionada à permeabilidade dos solos, é determinante para a regularidade da vazão dos rios. Contribui para estabilizar as margens, impedindo a erosão e o assoreamento dos cursos hídricos, entre outras funções importantes. A nascente é um afloramento do lençol freático que dará origem a uma fonte de água de acúmulo (represa) ou cursos d’água (regatos, ribeirões e rios). São fundamentais para a manutenção do regime hídrico do corpo d’água principal e garantem a disponibilidade de água no período do ano em que mais se precisa dela.

 

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