
Parceria viabiliza projeto Meliponário
Um projeto de longo prazo, autossuficiente, com características de inclusão social, sustentabilidade, preservação ambiental e potencialidades para geração de renda às comunidades carentes de São Bernardo do Campo (SBC), no entorno do PEI, começa a ser viabilizado. No dia 19 de agosto, o diretor do parque, Márcio Takiguchi, esteve na Instituição CAMP SBC – fundada e administrada por Rotarianos do município de SBC – em evento para assinatura de parceria com as instituições que darão apoio e colaboração para o desenvolvimento do projeto Meliponário – iniciativa que conta com a participação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Diadema.
O projeto visa ser uma ferramenta de conscientização sobre a importância de preservação do bioma local e das populações de abelhas nativas. O Meliponário é uma coleção de colmeias de abelhas sem ferrão (Meliponíneos) de vários tipos. De acordo com a professora Fabiana Casarin, do Departamento de Biologia Evolutiva da UNIFESP, a introdução e manejo das abelhas nativas são importantes para o equilíbrio ambiental. “Ao lado de outros agentes polinizadores, as abelhas nativas ajudam na reprodução da flora e na produção de vegetais por meio da polinização cruzada. Um serviço ecológico para a conservação dos ecossistemas e no desenvolvimento da agricultura e produção de alimentos”, afirma.
O evento contou com a participação do atual Presidente do Rotary Club São Bernardo do Campo, Eduardo Moretti; de Eduardo Sene, presidente eleito para a gestão da entidade em 2021-2022; e de Luiz Antonio Novi, presidente do CAMP SBC. De acordo com Moretti, “o projeto alinha-se de forma muito adequada àquilo que o Rotary Internacional propõe. São projetos voltados ao meio ambiente, educação e geração de oportunidades de emprego e renda. Esse projeto reúne todos esses elementos e é um privilégio poder participar dessa atividade”.
Aos poucos, o objetivo é que o Meliponário se torne fonte de geração de renda complementar. As abelhas nativas produzem mel em pouca quantidade, mas um produto mais saboroso, nutritivo e de melhor qualidade e valor agregado. O Brasil possui cerca de 400 espécies de abelhas nativas, entre as principais estão a Jataí, Mandaçaia, Manduri e Uruçu. Para Novi, “o mais importante é ajudar no desenvolvimento da cadeia alimentar, onde as pessoas mais vulneráveis possam ter acesso a esse projeto e tenham capacitação para poder gerar renda e se sustentar no futuro”.
A meta do projeto é distribuir caixas, para colmeias com as populações de abelhas sem ferrão, para serem instaladas em locais estratégicos na divisa do PEI e de fácil acesso à população. Segundo Sene, “trata-se de um projeto de longo prazo onde pensamos em fazer um trabalho integrado com o PEI para ajudar as comunidades locais.” Participam, também, do projeto, na equipe de Meliponicultura da UNIFESP – Diadema, as professoras Michele Manfrini Morais Vatimo e Laís Calpacci Araújo.
O Meliponário se insere em um movimento internacional de repovoamento de abelhas que respeita as populações locais e prestam importante serviço ambiental. Além dos benefícios à comunidade local, servirá como laboratório de pesquisa e ensino para a universidade e escolas. Os espaços onde serão instaladas as caixas ecológicas, para o desenvolvimento das colmeias, servirão como salas de aulas ao ar livre para crianças de escolas públicas e privadas aprenderem a importância da preservação das abelhas para a existência da vida no planeta.
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