
Preservar florestas é prevenir crises hídricas
De junho a outubro de 2021 o Brasil viveu a seca mais severa dos últimos 111 anos. Órgãos que monitoram a meteorologia e os desastres naturais ligados ao Governo Federal emitiram um alerta de emergência hídrica em cinco estados brasileiros, entre eles São Paulo. Um cenário preocupante, mas que contrastou com a fluidez das nascentes que brotam no seio da mata do PEI. Lindas, cristalinas e cercadas de verde as nascentes do parque pareciam um oásis e nem perceberam a caos hídrico que as cercava. A impressão é que passaram por essa turbulência sem serem incomodadas. Mas o que explica esse fenômeno?
A resposta para Davi Costa, biólogo e monitor do PEI, está no fato de a mata preservada funcionar como uma barreira protetora para as nascentes. “As matas possuem uma importância incrível na relação com as nascentes. Principalmente quando falamos sobre impedir a erosão e o contato com a poluição do ar. A falta de vegetação é um grande problema, pois rompe com as barreiras naturais de proteção das nascentes”, explica Costa.
De acordo com o especialista, a vegetação mantém o terreno firme e úmido em volta das nascentes, o que impede o assoreamento, ou seja, a entrada e o acúmulo de sedimentos e materiais sobre o leito. Quando o solo está seco e descoberto, ele se rompe com facilidade o que gera a erosão ou a formação de poeira. O vento se encarrega de transportar a terra. Assim ocorreram as nuvens que cobriram cidades no interior do Estado e viraram notícia aqui e fora do país.
Outro aspecto importante, de acordo com Costa, é a barreira química formada pela vegetação que impede a contaminação da água pela poluição do ar. Isso diminui o contato da água com fuligens de queimadas ou detritos em suspensão, explica ele.
No fim das contas as nascentes estão em simbiose com os ecossistemas, elas fornecem água para os animais e para as plantas e se beneficiam da proteção que a floresta proporciona. Preservar a natureza é diminuir os riscos de desastres naturais que podem gerar fome e grande desconforto para a vida nas metrópoles.
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