Tecnologia transforma resíduos orgânicos urbanos e industriais em energia limpa
Foto: Ag. Brasília/Flickr in Jornal da USP
Pesquisadores do Grupo de Estudo e Pesquisa em Água, Saneamento e Sustentabilidade (Gepass), pertencente ao Laboratório de Saneamento e Tecnologias Ambientais (LabSanTec), da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, desenvolveram um sistema capaz de transformar os resíduos orgânicos em energia limpa a partir da degradação dos compostos.
O especialista em gestão ambiental Marcelo Nolasco, professor da EACH e coordenador do LabSanTec, falou ao Jornal da Universidade de São Paulo sobre o pioneirismo do projeto, denominado Sistema Bioeletroquímico Empilhável para a Geração de Eletricidade e explica de quais formas a tecnologia poderá ajudar as indústrias na mitigação dos danos ambientais e na transição energética.
Segundo o especialista, o sistema foi desenvolvido com o objetivo de transformar os resíduos orgânicos, como esgoto e dejetos industriais, em eletricidade e hidrogênio, utilizando microrganismos para degradar essas substâncias.
Nolasco enfatiza a necessidade de uma abordagem mais sustentável para o gerenciamento desses resíduos, afirmando que a pesquisa do grupo busca converter os resíduos em fontes de energia sustentáveis ao invés de apenas descartar as substâncias de maneira aleatória na natureza.
“Uma característica importante é a necessidade de que os resíduos utilizados sejam orgânicos e biodegradáveis, porque os microrganismos empregados no projeto precisam de materiais orgânicos como fonte de alimento. Em uma indústria metalúrgica, por exemplo, provavelmente essa tecnologia não funcionaria, pois os microrganismos não poderiam consumir essas substâncias”, reforça.
O diferencial dessa tecnologia reside em seu potencial de geração de energia. Enquanto muitos sistemas tradicionais de tratamento de resíduos consomem uma quantidade significativa de energia para processar e tratar os efluentes, o modelo se destaca por evitar esse gasto, ao mesmo tempo em que gera eletricidade.
“Nosso sistema faz exatamente o inverso. A maioria das indústrias e estações de tratamento gasta muita energia para tratar resíduos, enquanto nós conseguimos, através desse sistema, justamente gerar mais energia”, detalha Nolasco.
Fonte Jornal da USP
< Voltar