
Educar com a Mata Atlântica
Despertar a sensibilidade para a importância da cultura da preservação e conservação da natureza, sobretudo para o olhar de quem está iniciando o entendimento sobre a vida, como é o caso de crianças e adolescentes, é um dos principais propósitos do Parque Ecológico Imigrantes (PEI). O parque tem tido papel importante no fechamento da corrente do conhecimento, no estudo de campo, onde é possível sentir a energia da natureza, respirar suas potencialidades e lembrar dos conceitos passados pelos professores em sala de aula. Nesse momento, um local concebido com essa especialidade faz a diferença no arremate dos processos de aprendizagem do ensino médio e fundamental, de escolas públicas e privadas.
“A proposta é que os alunos vivenciem ‘na prática’, o que aprendem na sala de aula. Algumas escolas, inclusive, fazem um trabalho com as classes antes de virem ao PEI e depois da visita, também”, explica Margarete Koga, gerente operacional do parque. A visita ao PEI proporciona o contato muito próximo com a natureza e as informações passadas pelos monitores ajudam a criar empatia e consciência da importância de preservar o meio ambiente.
Para as crianças, muitas vezes o passeio no PEI é a sua primeira experiência com trilhas, conta Davi Costa, biólogo e monitor do PEI. “E ela realiza a imersão não apenas com a segurança de um monitor preparado mas, também, recebe uma verdadeira aula sobre meio ambiente e ecologia, incluindo conhecimentos sobre a fauna e flora da Mata Atlântica.
“Procuro sempre levar uma reflexão para as crianças e jovens sobre a forma sustentável como o parque foi construído. E tratar o assunto de uma forma mais lúdica ao falar sobre aparelhos eletrônicos, eletrométricos e outros produtos que podem ser reaproveitados para que não ser tornem poluentes da natureza. Assim uso o exemplo do portal de entrada do parque que foi construído com aço reciclável e que um dia as peças foram usadas em carros ou em aparelhos eletroeletrônicos” explica Reinaldo Macabel Luiz, monitor do PEI.
Entre os exemplos utilizados durante o passeio, os monitores mostram os casulos nas árvores para explicar como acontece a metamorfose da borboleta. Assim, o próprio ambiente se torna o recurso didático. Explicam, ainda, como as flores dos Manacás-da-Serra mudam do tom esbranquiçado ao rosado à medida que vão envelhecendo e sendo polinizadas por abelhas e outros insetos. Ou como funciona a vocalização do ronco alto dos macacos Bugio que sempre aparecem em árvores próximas à passarela elevada.
“O feedback deixado pelos visitantes − e não falo só de escolas − têm nos mostrado, diariamente, a verdadeira vocação do PEI, que é a de ser um elemento catalisador, difundindo conceitos ambientais para o maior número de pessoas e transformando-as em agentes multiplicadores”, ressalta Koga. Vivemos um momento em que a velocidade da difusão desses conceitos é primordial para a sobrevivência do nosso planeta − e as crianças e adolescentes têm um papel fundamental nisso tudo.
“A diversificação da flora é um assunto que chama a atenção de muitos jovens. Onde podemos utilizar plantas medicinais como ervas, o chá de capim cidreira, capim santo, a citronela como repelente ou produto de limpeza. Sem falar nos tipos de árvores frutíferas que são alimentos saudáveis, como a banana, o abacaxi ananás entre outras frutas encontradas nas floretas. Temos aqui também no parque o bambu que pode confeccionar cadeiras ou qualquer outro tipo de elemento, até casas”, ressalta Macabel Luiz.
Além dos aspectos naturais, os monitores do PEI abordam questões como a importância da reciclagem de materiais, como os que são utilizados na infraestrutura do parque; o aproveitamento das águas pluviais para a limpeza e manutenção do local; o modo sustentável como foi construído o PEI; e a importância da ciência para aumentar o conhecimento sobre a região e melhorar as formas de preservação e conservação do ecossistema local.
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