Saiba quais são as espécies luminescentes?
No Parque Ecológico Imigrantes (PEI), como em outras áreas de Mata Atlântica, quando escurece, se inicia um show de luzes. Um movimento brilhante entre as árvores, no solo e nas nascentes. Cores frias, quentes, azuis, amarelos, laranjas e vermelhos que mudam de tonalidade conforme o movimento dos seres que as emitem. Essas “lâmpadas” são parte do corpo de vaga-lumes, centopeias, larvas de besouro, conhecidas como larva-trenzinho, que podem estar em peixes e nas bactérias.
Infelizmente um fato que tem sido constatado é que a população dos vaga-lumes está ficando escassa. “Eram insetos que, não há tanto tempo atrás, se podia encontrar à noite até nas grandes cidades brasileiras o que está cada vez mais raro de acontecer”, explica Davi Costa, biólogo e gerente operacional do parque.
“No PEI, quando há visitas noturnas de pesquisadores das universidades, observamos a presença deles e isso é importante, pois é um indicador ambiental. Mas eles não aparecem mais em grande número. São sensíveis à poluição luminosa e à qualidade do ar e estão sendo muito prejudicados pela concentração urbana. Correm sério risco de extinção”, pontua Costa.
O Brasil é o país com maior diversidade de espécies luminescentes no mundo. Trata-se dos seres vivos que produzem luz fria e visível. A bioluminescência é gerada por uma reação química entre a luciferina e a luciferase, em presença de oxigênio.
As cores foram apropriadas pelos animais para exercer diferentes funções: corte e atração sexual; localização e atração de presas; camuflagem, distração ou repulsão de um predador; agregação intraespecífica dos indivíduos (nuvens e cardumes) etc.
A natureza química e a estrutura das luciferinas, luciferases e a anatomia dos órgãos emissores de luz (lanternas) variam de animal para animal, sem sugerir que tenha havido, ao longo da evolução, uma origem ancestral comum para todos esses seres.
Diferentemente da luz de lâmpadas incandescentes, a luz biológica não produz calor. As primeiras convertem energia elétrica em luz, com baixa eficiência (cerca de 5% de luz e 95% de calor), enquanto os vaga-lumes emitem luz como um dos produtos de uma reação química, com rendimento de 45%. E sua luz é fria.
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