
Opilião: um inseto que parece a aranha
Poucas espécies provocam tanta repulsa, tanta aversão, tanto pavor nas pessoas quanto as aranhas. Ou se preferirem, os artrópodes, maior agrupamento de animais existentes no planeta, essas criaturas invertebradas são divididas em insetos, como os gafanhotos, por exemplo, os aracnídeos, como os escorpiões, os crustáceos, como os caranguejos.
Com cerca de um milhão de tipos diferentes já registrados os artrópodes representam cerca de 84% de todas as espécies animais conhecidas e catalogadas pela ciência. Estão aqui há mais tempo do que nós.
Anteriores aos dinossauros, tendo surgido na Terra 540 milhões de anos atrás, o opilião faz parte de um grupo exclusivo digno dessa admiração. O personagem principal desse texto pertence à ordem dos opiliões, a terceira em termos de diversidade da classe Arachnida. Possuem o cefalotórax e abdome fundidos em uma só estrutura, uma das diferenças básicas entre eles e as aranhas com as quais geralmente são confundidos.
Quatro pares de longas pernas estão inseridos nesta região, sendo que o segundo par, mais alongado, tem função tátil, funcionando tal como antenas (pata anteniforme).
Os opiliões são tão inofensivos que em algumas regiões é chamado de cafofo e, em outras, como aranha-alho, aranha-bode, aranha-de-chão, bodum, fede-fede, giramundo, temenjoá ou tabijuá.
De hábito noturno, são muito comuns na região de Mata Atlântica mas, também, em regiões mais secas como o Cerrado Brasileiro. Neste ambiente, são alimento de anfíbios, formigas, grilos, vespas e outras espécies de opilião. Uma forma de defesa contra estes consiste em liberar uma substância amarelada malcheirosa a fim de repelir estes animais. Podem, também, soltar uma de suas pernas a fim de escaparem ou distraírem seus predadores (autotomia de pernas); ou se fingirem de mortos (tanatose).
Vive em locais com pouca ou nenhuma iluminação, sob pedras e troncos, em meio à matéria orgânica em decomposição. Protegido sob a invisibilidade das madrugadas sai à caça quando se sente mais protegido e seguro. Com um pouco de esforço e observação, pode ser encontrado no Parque Ecológico Imigrantes. Definitivamente, os artrópodes não estão interessados na gente, mas sim em seguir com a vida deles. Se puderem evitar o contato com os seres humanos é o que farão.
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