
Atenção com a Neblina
Como algo que está presente e invisível ela espera o momento e as condições perfeitas para surgir. É parte, não é visitante. Está presente, pronta para aparecer a qualquer momento. Como uma aura, a neblina é um dos elementos que compõe a paisagem do PEI, uma das regiões da chamada “floresta das nuvens”.
Assim é conhecida boa parte da Mata Atlântica que fica na região serrana, principalmente dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. O PEI está localizado no ponto onde termina a planície e onde começa a descida da serra sentido litoral. Ali o nevoeiro, como muitas vezes é chamado, pode aparecer a qualquer hora, mas, em alguns períodos do ano, ocorre sempre à tarde.
Warren Dean, professor de história da Universidade de Nova York, brasilianista e que escreveu um dos livros mais importantes sobre a Mata Atlântica, descreveu a região assim: “à medida que a floresta sobe o paredão litorâneo as árvores são menores. Os galhos são carregados com uma profusão de orquídeas e bromélias que retiram sustento das próprias névoas úmidas cheias de nutrientes. Musgos, liquens e hepáticas são ainda mais favorecidos. O efeito – a cintilação das gotículas de orvalho e a imersão em névoa – é algo totalmente extraterrestre”.
A neblina é um fenômeno atmosférico. É formada pela suspensão de minúsculas gotículas de água numa camada de ar próxima ao chão. Comum em lugares frios, úmidos e elevados, ocorre devido à queda da temperatura e à consequente condensação do vapor d’água junto ao solo. É uma nuvem em contato com ou próxima do solo.
Causada pelo arrefecimento do ar quente e úmido, quando entra em contacto com um solo frio ou com uma superfície líquida, a neblina não é tóxica. O ar quente perde calor para o solo frio ou para a água e arrefece, fazendo com que o vapor de água se condense.
É uma inimiga da visibilidade, tanto para quem está na estrada ou em meio à floresta nas trilhas. Muitas vezes impede a visibilidade dos motoristas em quase 100%. Por esse motivo, muitas vezes as empresas que administram as rodovias que cortam essas regiões e a polícia rodoviária, organizam as descidas da serra em comboios de automóveis para garantir a segurança.
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