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Comércio ilegal de abelhas gera desequilíbrio 

O Brasil tem uma das maiores indústrias de meliponicultura do mundo, de acordo com especialistas ouvidos em matéria do jornal O Globo. Mas espécies do inseto, típicas da floresta litorânea do país, estão em declínio agravado pela venda irregular entre diferentes estados, o que gera desequilíbrio ambiental.

Para proteger as espécies nativas da região, o Parque Ecológico Imigrantes (PEI) faz parte do projeto Pró-Mel SBC – uma parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Diadema, Instituição CAMP SBC e o Rotary Club São Bernardo. O projeto visa ser uma ferramenta de conscientização sobre a importância de preservação do bioma local e das populações de abelhas, sem ferrão.

O pesquisador Antônio Carvalho, coordenador do Programa de Combate ao Tráfico de Vida Silvestre da Wildlife Conservation Society Brasil, identificou parte dessa rede de comércio ilegal de abelhas no país. Em um artigo, publicado no periódico Insect Conservation and Diversity, ele mapeou vendedores de 85 cidades brasileiras, a maioria em área de Mata Atlântica, que comercializam colônias de abelhas a preços que vão de R$ 70 a R$ 5 mil. Nesse universo, havia 308 anúncios de vendas ilegais. Entre as mais procuradas havia espécies em extinção, como as uruçus (Melipona).

“O Brasil tem a maior indústria de meliponicultura do mundo, porque temos mais quantidades de espécies manejadas. O problema é a tendência atual de comércio irrestrito, sem respeito às regras e ao manejo responsável”, afirma Antônio Carvalho.

O crescimento do comércio de abelhas é salutar para toda a cadeia da meliponicultura e para o ecossistema desde que com abelhas de ocorrências naturais entre os locais que estejam sendo comercializados — explica Pinheiro, que defende a regulamentação do mercado pelo PL 4.429/2020. Hoje, não existem dados desse comércio no país, porque há poucos meliponicultores devidamente registrados.

Desmatamento e agrotóxicos

À questão do mercado irregular se somam os problemas que o país já enfrentava: o desmatamento e o uso excessivo de agrotóxicos, que também impactam as populações de abelhas. De 2021 a 2022, 20 mil hectares de Mata Atlântica foram desmatados e o patamar alto também se estabeleceu, nos últimos anos, na Amazônia e no Cerrado.

O desmatamento resulta em perda de habitat para as abelhas. Sem árvores para construírem seus ninhos e sem flores para coletarem alimento, os colapsos são inevitáveis. E o desmatamento muitas vezes vem acompanhado da produção agrícola em larga escala.

 

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