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Calor no inverno. O que está acontecendo com o planeta?

Imagem: (Metsul/Reprodução)

A mudança no clima está cada vez ficando mais nítida para a maioria pessoas. O planeta tem passado por ciclos de alterações climáticas mais intensos do que os naturais. O efeito estufa, por exemplo, tem se agravado pela emissão de gás carbônico e outros gases que acabam impactando a temperatura e clima das estações do ano nas diferentes regiões. As florestas, como a Mata Atlântica do PEI, possuem papel fundamental nesse cenário, onde o planeta possui um ecossistema interligado e cada vez mais sensível às ações humanas.

De acordo com o biólogo do PEI, Bruno Barbanti, “o clima no planeta é todo interligado. É um sistema. As florestas contribuem com a regulamentação térmica e todas as correntes marítimas são regidas pela temperatura dos oceanos. Com a mudança de temperatura, pode haver alterações nas correntes oceânicas e isso impacta drasticamente no clima”.

O micro clima da Mata Atlântica mostra a importância e a necessidade de se manter grandes áreas arborizadas. “Quando se entra na mata do Parque Ecológico Imigrantes é possível perceber nitidamente a diferença de temperatura. E essa diferença mais amena, com umidade maior, acaba propiciando o surgimento e manutenção da vida. Ou seja, uma fauna e flora mais diversificada, um ecossistema todo em volta dessas áreas.

Nas áreas expostas ao calor a vida se torna escassa. As florestas mostram para o homem como deveria ser o planeta como um todo, repleto de vegetação. “De forma geral, o clima depende diretamente da vegetação, que tem que ser mantida por várias questões, uma delas é o clima”, ressalta Barbanti.

Em 2023, a América do Sul está sofrendo os impactos do El Niño. Que tem elevado a temperatura nas cordilheiras dos Andes. No começo de agosto, os termômetros nas montanhas chegaram a marcar 37ºC em pleno inverno. Um local onde prevalece a neve. Provavelmente o Chile está vivendo o inverno mais quente em 72 anos. E isso impacta drasticamente o clima e a temperatura em todo o continente.

A situação se agrava e fica ainda mais evidente nas zonas de calor que são as cidades. “Nas regiões urbanizadas prevalece o uso do cimento e do concreto, que absorvem o calor e isso deixa ainda mais nítido para as pessoas a diferença de temperatura e as alterações no clima. Para piorar, são locais onde os prédios bloqueiam a circulação de ar e dos ventos”, explica Barbanti.

Nesse contexto, as periferias das grandes cidades são as que mais sofrem. “Com poucas áreas verdes e de lazer o problema são os contrastes. São áreas extremamente expostas à luz do sol e que concentram muito calor. Se tivermos muitas áreas descampadas, o calor acaba se sobrepondo e impactam na regulação do clima de forma geral”, ressalta o biólogo.

É por esse motivo que é importante ter mais áreas verdes como as do PEI espalhadas por regiões com maior adensamento populacional. Seria importante em todas as cidades a integração da zona urbana com as florestas, para que o verde fosse distribuído uniformemente.

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