
Livro sobre trajetória da FKM conta a história dos 25 anos de filantropia e apoio à comunidade
A celebração dos 25 anos da Fundação Kunito Miyasaka − no dia 14 de junho − foi um momento para rememorar e registrar a trajetória da entidade com o lançamento do livro intitulado “Fundação Kunito Miyasaka, 25 anos de filantropia a serviço da cultura, do meio ambiente e das pessoas”.
Escrito pela jornalista Marleine Cohen, a publicação aborda o trabalho filantrópico da instituição ao longo desses anos e registra suas contribuições junto a entidades japonesas, bem como as atividades desenvolvidas sob sua administração do Parque Ecológico Imigrantes – uma extensa área de Mata Atlântica que estava abandonada em São Paulo, que foi reflorestada, e que estabelece parcerias com cientistas e escolas, de maneira a consolidar um compromisso ambiental que reverta em benefício do homem e do seu conhecimento.
O recorte editorial da publicação não podia deixar de valorizar como base contar a história da ocupação por parte dos colonos japoneses de porções de terras ainda virgens e não produtivas – como aquelas que deram lugar às cidades de Aliança ou Tietê, em São Paulo, explica Cohen.
“A partir daí, descrevemos o árduo trabalho desses imigrantes que trouxeram ao país vários cultivares e se destacaram posteriormente nos setores comercial, mineral e da construção, além do bancário, onde o sr. Kunito Miyasaka atuou fortemente”.
Assim, o livro faz uma radiografia panorâmica desse contexto histórico ressaltando o empreendedorismo da comunidade japonesa no Brasil, sempre costurada a partir do percurso de vida do sr. Miyasaka e de seu parceiro e amigo, Carlos Yoshiyuki Kato.
Juntos, Miyasaka e Kato, depois de visitar vários núcleos de imigração e assentamento pelo mundo afora, desembarcaram no Brasil e tiveram olhos atentos às necessidades dos seus compatriotas por aqui. A partir de então, decidiram abrir um banco para dar suporte financeiro às famílias necessitadas – “o que denota por si só empatia, lealdade e respeito às tradições”.
Por outro lado, é preciso salientar que os reveses impostos pelo governo de Getúlio Vargas, durante a Segunda Guerra Mundial, aos não-brasileiros que atuavam no setor financeiro, como Miyasaka e Kato, traduziram e enfatizaram a grande resiliência deles e o senso de pertencimento à coletividade, conta Cohen.
O conhecimento obtido por Kato e Miyasaka em outros países lhes permitiu orientar a estruturação de núcleos de colonização, como o da Fazenda Tietê – atual cidade de Pereira Barreto, em São Paulo. “O sr. Kato era expert em finanças e administração. Já o sr. Miyasaka era um empreendedor entusiasmado pelo trabalho com imigrantes, muito motivado em lhes garantir um padrão de vida aceitável”, explica Cohen. “Eles formaram uma dupla imbatível que garantiu o desenvolvimento urbano e a estabilidade socioeconômica dos trabalhadores rurais e comerciantes japoneses radicados no Brasil”.
Os negócios no setor bancário tiveram início quando, às vésperas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Kato abriu a Casa Bancária Bratac, com um capital de 100 contos de réis, empreendimento do qual também participou ativamente o sr. Miyasaka.
O objetivo era oferecer aos colonos a possibilidade de contar com uma instituição de crédito a seu serviço. O pequeno negócio, aberto em agosto de 1937, numa das salas do prédio onde funcionava o Grupo Bratac, no centro de São Paulo, estava longe de operar como uma verdadeira instituição financeira, pois tinha como função apenas zelar pelos depósitos dos imigrantes.
Entretanto, apesar das limitações aos estrangeiros impostas pela Constituição de 1937, a Casa Bancária Bratac chegou a crescer 160 vezes mais em 1940. Assim nascia, a partir de 1940, o banco América do Sul, instituição financeira que conheceu grande sucesso em menos de cinco anos.
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