Crédito de carbono
Você já ouviu falar em crédito de carbono (CO2) − a moeda utilizada no chamado mercado de carbono? Esse sistema foi criado em 1997 durante a elaboração do Protocolo de Kyoto − acordo ambiental fechado durante a 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Kyoto, no Japão. O mecanismo serve para que empresas e países com nível elevado de emissão de gás carbônico e com poucas opções para a redução da emissão desse poluente, possam compensar os impactos negativos das suas atividades ao financiarem iniciativas que reduzam a carga de CO2 na atmosfera.
O aquecimento global é resultado do acúmulo excessivo de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Isso ocorre por causa dessas substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha, emitida principalmente pela superfície terrestre. O dióxido de carbono (CO2), ou somente carbono como é conhecido, é um dos principais agentes responsáveis pela retenção de calor na Terra. Além dele, ainda existem o Metano (CH4), Óxido Nitroso (N2O), Hexafluoreto de Enxofre (SF6) e duas famílias de gases, Hidrofluorcarbono (HFC) e Perfluorcarbono (PFC).
As fontes mais relevantes de emissão de CO2 são (87%) na queima de combustíveis fósseis como carvão mineral, o gás natural e o petróleo. O desmatamento é a segunda principal atividade, seguida das atividades industriais como a produção de cimento e a pecuária. Por esse motivo o mercado de carbono é tão importante para mudar o peso da balança de emissões de GEE. O objetivo é fazer com que os atores poluidores, além de buscarem alternativas para reduzir a emissão desses poluentes, ajudem a financiar iniciativas de reflorestamento e uso de tecnologias renováveis, limpas e sustentáveis.
Nesse sentido, a preservação e conservação de florestas como as do Parque Ecológico Imigrantes são fundamentais. Toda a planta, por meio da fotossíntese, retira CO2 do ar. É graças a ele que a vegetação cresce. Por esse processo o carbono vira raiz, folhas e galhos e o oxigênio é liberado para o ar. Portanto, florestas são massas vegetais formadas por carbono e que, enquanto crescem, liberam oxigênio para que possamos respirar.
Um crédito de carbono é a representação de uma tonelada de carbono. No início de 2021, um crédito estava sendo vendido a R$ 30,28. Em dezembro, a cotação chegou a bater o recorde histórico de R$ 62,46. Na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP26, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) estimou que para limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C é necessário uma redução das emissões de CO2 no Planeta de 45% até 2030 ou uma redução de 25% até 2030 e limitar o aquecimento a 2°C. Um grande desafio.
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