Blog Educação Ambiental, Acessibilidade
e Inclusão Social

< Voltar

Estudo do IBGE aponta: Mata Atlântica é uma das mais afetadas pela ação do homem

A Mata Atlântica brasileira, um dos ecossistemas mais diversificados do Planeta e local onde fica o Parque Ecológico Imigrantes (PEI), é também um dos mais afetados pela ação do homem. Estudo do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que o bioma tem maior número de espécies ameaçadas, considerando fauna e flora. O Brasil tinha, em 2014, cerca de 3.300 espécies de animais e plantas ameaçadas de extinção na fauna e flora dos biomas, segundo o estudo. O trabalho “Contas de Ecossistemas: Espécies ameaçadas de extinção” analisou 16.645 espécies, entre animais e plantas, e concluiu que 3.299 estavam ameaçadas.

A Mata Atlântica é uma das áreas mais impactadas na questão da fauna e flora em extinção, explica Bruno Barbanti, biólogo do PEI. Além do levantamento federal que está sendo atualizado e deveria ter sido finalizado em 2019, existem outras listas, como a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN Red List) e a gerada pelo Governo do Estado de São Paulo por meio de um decreto de lei, esclarece o biólogo.

No país, são reconhecidas 49.168 espécies de plantas e 117.096 animais. As avaliações foram realizadas com estudos existentes e informações sobre os estados de conservação. Como a lista referente a 2019 ainda não ficou pronta, esses são os dados oficiais mais recentes.  0,06% são consideradas totalmente extintas no universo de espécies analisadas e 0,01% está em extinção. 4,73% estão criticamente em perigo, 9,35% estão em perigo, 5,74% são vulneráveis, 3,98% estão quase ameaçadas de extinção, 62,82% são menos preocupantes e 13,33% possuem dados insuficientes.

O PEI assume assim grande importância ao formar parte importante de uma frente de resistência pela preservação da região. “A extinção de muitas espécies está diretamente ligada à diminuição de área de vegetação. Temos um desmatamento elevado em algumas áreas, o que impacta a vida dos animais endêmicos, diminuindo as populações e podendo levar à extinção de espécies”, alerta Barbanti.

Um aspecto  importante das listagens de animais com algum grau de ameaça é de entender que nem todos eles estão em extinção. Nas listas existem várias classificações, inclusive muitas espécies ainda não classificadas por falta de pesquisas.

O estudo considerou ameaçadas as espécies vulneráveis, em perigo e criticamente em perigo. Segundo o IBGE, o estudo analisou as listas de espécies nacionais oficiais de 2014 e as avaliações sobre a sua conservação, publicadas pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e pelo Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (CNCFlora/JBRJ).

O PEI luta para manter a área preservada e os animais e espécies vegetais vivendo em equilíbrio no local e vem desenvolvendo um processo de médio a longo de recuperação de espécies de flora ameaçadas. Aos poucos o parque reintroduz espécies que constam na lista de flora ameaçada, como é o caso do Palmito Juçara (Euterpe edulis) e de espécies de árvores exploradas no passado.

O parque também possui parceria com a Unifesp, campus Diadema, no Departamento de Ciências Biológicas, para desenvolver estudos sobre diversos temas, como levantamento de fauna e flora, pesquisas com a participação de alunos de graduação e de pós-graduação sob a orientação dos professores da universidade. Após o levantamento das informações o parque dará início ao Plano de Manejo – que identificará áreas prioritárias de preservação, nascentes, tipos de vegetação e fauna, entre outras informações, que servirão como base para direcionar todas as atividades no futuro.

< Voltar