
PEI conquista participação no Programa Nacional de Apoio à Cultura
As múltiplas camadas físicas e imateriais presentes na vida do Parque Ecológico Imigrantes (PEI) fazem do espaço um local único do ponto de vista territorial, social e cultural. Essas características elevam o PEI ao status de museu natural. Assim, o parque acaba de conquistar o direito de fazer parte do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac). Trata-se do principal mecanismo de incentivo à cultura do país, onde empresas e pessoas físicas podem patrocinar formas de expressão cultural, como o PEI, e abater o valor total ou parcial do apoio direto do Imposto de Renda.
O número do Pronac, para quem quiser apoiar o PEI, é 230973. A Lei de Incentivo à Cultura contribui para que milhares de projetos aconteçam, todos os anos, em todas as regiões do país. O programa contribui para ampliar o acesso dos cidadãos à cultura, já que os projetos patrocinados são obrigados a oferecer uma contrapartida social e promover ações de formação e capacitação junto às comunidades.
Quando olhamos para a vegetação do PEI vemos a história natural disposta como em um museu. Suas matas serviram de morada para populações antigas caçadoras-coletoras que evoluíram ao longo dos anos explorando a fauna, flora e pesca para subsistência.
O entorno ainda hoje é morada de algumas tribos indígenas. O bioma mais diverso do planeta já foi um cobertor verde por onde circulavam cerca de cinco milhões de pessoas. Indígenas distribuídos em mais de 200 grupos étnicos e com uma diversidade de mais de 170 línguas.
A floresta Atlântica constitui um dos principais biomas da história natural brasileira. Assim como área vegetal do PEI, a diversidade da floresta foi sendo moldada por meio de processos naturais de dispersão de sementes realizado pela fauna e flora, mas também pela ação milenar e direta dos povos originários que ajudaram a multiplicar milhares de espécies de plantas e que hoje formam um dos jardins naturais mais espetaculares da Terra.
Mas nem a história tem o seu lado triste e infelizmente essa faceta sobrevive até hoje. A Mata Atlântica de toda a região do Grande ABC paulista sofreu, ao longo dos anos, processos de devastação por causa da ação predatória humana. Uma delas e, talvez a mais importante, ocorreu a partir da década de 50 com o êxodo rural, que consistiu na migração em massa da população do campo para as cidades. Uma triste memória que reforça ainda mais a importância de o PEI ser hoje um templo de preservação da floresta.
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