
Trilha da Divisa recebe professores para pesquisas científicas
Um grupo de professores do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal de São Paulo, Unifesp -Campus Diadema, visitou o PEI para conhecer a trilha da Divisa. Esse novo caminho – mais longo e com nível de dificuldade alta -, será utilizado, entre outras coisas, como espaço para o levantamento de fauna e flora e pesquisas científicas. A ação faz parte do projeto que visa tornar o parque um centro de referência na geração de conhecimento sobre a Mata Atlântica.
O intuito da visita foi conhecer novos locais de pesquisa e apresentar o parque aos professores que ainda não conheciam, explica a professora Fabiana Casarin, da área de zoologia de invertebrados, que já conhecia o PEI. “Inclusive conseguimos observar, dessa vez, a ocorrência de uma espécie de cupim que só faz ninho na Mata Atlântica e que não tínhamos visto anteriormente. Os cupins são importantes, pois ajudam na ciclagem de nutrientes do solo. Além disso, a presença deles no ambiente é um dos bioindicadores que mostra o estágio de preservação e conservação da área, complementa a pesquisadora.
A Trilha da Divisa foi batizada com esse nome por marcar os limites da área do parque. Com 5 km de extensão, para percorrê-la se leva cerca de 4 horas e o caminho é repleto de belezas naturais. Com diferentes inclinações de relevo, a trilha propicia belos ângulos de visão de uma mata mais fechada e o contato com árvores maiores.
Para o professor de zoologia de invertebrados, Marcelo José Sturaro, que conheceu o local pela primeira vez, a parceria da Unifesp com o PEI será importante por vários aspectos. “Além da pesquisa científica, que pode ajudar o parque a obter apoio de diversos órgãos e empresas, a parte de educação e ensino será de extrema importância”.
Os professores planejam levar alunos de forma sistemática para aulas de campo onde poderão vivenciar na prática o que viram em sala de aula. “Além disso, a parceria contribui de forma efetiva com as atividades de extensão da universidade, onde todo o conhecimento gerado por meio dessa colaboração servirá como uma das formas da sociedade e comunidade local entenderem a importância da preservação dessa área”, explica Sturaro.
A visita dos pesquisadores foi bastante produtiva. No caminho foram feitas armadilhas para a captura de animais invertebrados para o início da catalogação. A trilha adentra por uma região do parque ainda pouco conhecida. No caminho é possível passar por pontes que atravessam córregos de águas cristalinas. A equipe se deparou com pegadas de antas e ouviu o tempo todo o som de inúmeros pássaros, que cantam de forma estridente em plena primavera.
O professor Thomas Puettker, ecólogo e especialista em distribuição de espécies em áreas de influência antropogênica, afirmou que “o PEI é um ótimo local para a realização de pesquisas, tanto do ponto de vista de localização, quanto do aspecto do meio ambiente ali constituído”. Principalmente para ele que pretende analisar o que impacta a Rodovia dos Imigrantes nas espécies que vivem no local. “Pretendo trabalhar muito com o comportamento dos mamíferos e aqui renderá muitas pesquisas”, ressaltou o ecólogo.
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