
As cordiais abelhas brasileiras
Fotos: Cristiano Menezes
Se há uma polêmica social e antropológica com a definição “Buarqueana” de que o povo brasileiro é cordial, no que diz respeito às populações das espécies de abelhas nativas, essa questão parece ser um consenso. As abelhas brasileiras não possuem ferrão, obedecem a uma organização de trabalho por castas e os machos só podem fecundar as rainhas virgens. Além disso, em se tratando de Brasil, acreditem, as nativas sociais presentes em todo o território nacional são consideradas como pertencentes ao mais alto grau de organização social.
Entre as espécies de abelhas brasileiras sociais estão as Meliponas e os Trigoniformes, que são consideradas eussociais. O que as classifica como uma das sociedades mais complexas da natureza. A eussocialidade possui três características: a sobreposição de gerações em um mesmo ninho, o cuidado cooperativo com a prole, e uma clara divisão de tarefas (reprodutores e operárias).
As Meliponas e os Trigoniformes possuem uma estrutura de trabalho dividida por castas, onde as operárias realizam a maioria das atividades de sustento do enxame, como construção e manutenção dos discos/cachos de cria, coleta e processamento de alimento, limpeza e proteção da colônia e cuidado com as crias. A rainha é responsável pela postura dos ovos eos machos são responsáveis pela fecundação das princesas (rainhas virgens).
Nas Meliponas, um quarto das operárias podem virar rainhas de acordo com a proporção da distribuição genética, enquanto os Trigoniformes constroem células reais que têm tamanho maior e recebem mais alimentos que as células comuns, conhecidas como “realeiras” e dão origem a uma rainha virgem (princesa).
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