
Jardim do Futuro
Pneus velhos, pedaços de madeira e de plástico passam a ter um novo significado em um jardim com espécies de flores e plantas frutíferas que atraem insetos, aves e animais silvestres. O que antes seria dispensado no meio ambiente recebe tratamento especial no PEI transformando-se em vasos. A iniciativa surgiu a partir da voluntariedade da monitora Cleide Maria da Silva, que é turismóloga e faz pós-graduação em gestão ambiental.
O novo jardim abrange uma série de conceitos inseridos no âmbito da educação ambiental, sustentabilidade e economia circular. Valores que permeiam a trajetória do PEI. O objetivo é manter os materiais úteis o máximo de tempo possível durante o ciclo de vida. Além de retirar o que seria tratado como resíduo do meio ambiente, a confecção desses vasos ajuda a promover a ideia de que ao invés de comprar um recipiente novo, podemos usar a criatividade para reaproveitar as coisas que estão ao nosso redor.
De acordo com Silva, os vasos são feitos a partir de tampas de mesa plásticas, tábuas, taludes, tocos, pneus de carros, motos, caminhões e são afixados uns aos outros com parafusos. “Assim, após serem pintados, se transformam em mais do que vasos de plantas, ganham formas lúdicas, como as de um relógio despertador, poço artesiano, boneco de desenho animado, xícaras, entre outras formas. Isso chama a atenção de crianças, jovens e adultos para a importância de aproveitarmos os materiais e evitar que eles poluam a natureza”, explica ela.
No caso dos pneus, segundo Silva, para serem reaproveitados, precisam passar por um processo industrial para destruí-los e produzir o asfalto. “Esse processo gera ainda mais poluentes. Por essa dificuldade em reaproveitá-lo, muitas pessoas acabam jogando o material no meio ambiente”, ressalta.
Um vaso feito a partir de elementos que a sociedade convencionou a chamar de “lixo” carrega em si atributos que ajudam em vários processos da educação ambiental. No caso desse novo jardim do PEI, os visitantes terão um espaço com uma decoração. Com elementos visuais que ensinam, preservam, entretêm, atraem animais e melhoram a estética local.
Mais do que isso, será a morada de novas espécies de plantas que servirão como alimento para insetos, pássaros e ajudará a polinizar outras espécies de vegetação do parque. Parte do que poderia ser encontrado nas ruas, terrenos baldios, margem de córregos e rios, farão parte agora de um novo cenário e paisagismo no PEI.