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Próximas etapas do projeto Meliponário

Foto portal Globo Rural – abelha sem ferrão Melipona scutellaris (Uruçu)

O projeto Meliponário – uma parceria entre o PEI, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Diadema, Instituição CAMP SBC, fundada e administrada por Rotarianos do município de São Bernardo do Campo, e o Rotary Club São Bernardo do Campo – começa a ganhar contornos efetivos com a previsão de chegada das primeiras 10 colmeias em novembro. A instalação será no campus da universidade, quando receberão tratamento específico para fortalecimento e reprodução da espécie de abelha nativa Mandaçaia (palavra indígena que significa “vigia bonito”), de nome científico Melipona quadrifasciata.

O projeto, que visa ser uma ferramenta de conscientização sobre a importância de preservação do bioma local e das populações de abelhas nativas, tem, entre as metas, se tornar por meio da capacitação de pessoas, fonte de geração de renda complementar para famílias que vivem na região do Riacho Grande, no entorno do PEI. As abelhas nativas produzem mel em pouca quantidade, se comparadas a outras espécies, mas um produto saboroso, nutritivo e de melhor qualidade e valor agregado.

Segundo a professora Michele Manfrini Morais Vatimo, especialista em abelhas, já foram doadas para a Unifesp outras três espécies diferentes de abelhas que virão da Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto, e da USP Leste. “Isso é muito bom, pois conseguiremos aumentar a diversidade e multiplicá-las”, comemora a professora.

O objetivo do projeto, além dos aspectos de educação, preservação e conservação ambiental, é colocar em prática programas de capacitação e inclusão social para pessoas carentes que vivem no entorno do parque. Segundo Vatimo, “a ideia é capacitar pessoas para que consigam desenvolver o trabalho de manejo das colônias de abelhas para a produção e comercialização do mel e extrair dessa prática algum tipo de renda”.

De acordo com a aluna de mestrado da Unifesp, Laís Calpacci Araújo, que será responsável pelo manejo das colônias, o processo desenvolve, entre outros aspectos, os cuidados com a proteção contra invasores das colmeias; a avaliação da condição nutritiva das colônias, com suplementação alimentar, se necessário; a manutenção de um jardim com espécies de plantas e flores específicas; e técnicas de coleta do mel e do pólen. Essa atividade que ela fará na universidade será muito similar ao que o projeto pretende ensinar os participantes dos cursos.

Conceitos básicos sobre o que as pessoas precisam saber para criar abelhas serão ensinados. “O processo de coleta do mel das abelhas nativas, por exemplo, é um pouco diferente do das abelhas africanizadas (que possuem ferrão e são agressivas). As abelhas brasileiras constroem potes de cera onde depositam o mel e isso exige técnicas específicas para a coleta”, pontua Araújo.

A professora Vatimo explica que a pandemia impactou bastante os envolvidos no projeto. “Estamos trabalhando desde fevereiro e aproveitamos esse período para fazer a legalização do projeto, que envolve a aprovação de documentos, cadastro de fornecedores e do transporte desses animais silvestres. Se não fosse a pandemia, o projeto já estaria andando e teríamos realizado os cursos. Por isso resolvemos deixar a infraestrutura toda organizada”.

Os espaços onde serão instaladas as colmeias de observação servirão como salas de aulas ao ar livre para crianças de escolas públicas e privadas aprenderem a importância da preservação das abelhas para a existência da vida no planeta.

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