Quais são os animais da Mata Atlântica que hibernam
Borboleta – Foto: Sidney Pacheco / Wikimedia Commons
Esquilo – Foto: Halley Pacheco de Oliveira / Wikimedia Commons
Morcego – Foto: Animalia.com / CCommons
Ouriço na árvore – Foto: Pavel Dodonov / Animalia Ccommons
Sapo – Foto: Otávio Rinaldi / Unsplash Commons
Ouriço no solo: imagem vgr com auxílio de IA
O inverno é o momento do ano de se resguardar, se proteger do frio e diminuir as atividades para guardar energia, já que nesse período há pouca oferta de alimentos disponíveis na natureza para repô-la. É mais ou menos assim que se comportam algumas das espécies animais presentes na Mata Atlântica do PEI. Durante esse período de menos intensidade solar, com dias mais curtos e de pouca atividade, a maioria deles aproveita para “se desligar” e acabam hibernando, é o caso dos esquilos, morcegos, ouriços, salamandras, sapos e até as borboletas.
De acordo com o artigo Hibernação, torpor e sono – Distinguir os animais que hibernam daqueles que passam por um estado de torpor diário, escrito pelo professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo – USP, Campus São Carlos, Prof. Roberto N. Onody, “alguns animais dão uma resposta extraordinária às alterações ambientais – que é a hibernação”.
A hibernação é um conjunto de estratégias fisiológicas escolhidas para enfrentar um ambiente muito hostil e adverso, como grandes mudanças de temperatura, falta de comida ou de água, explica Onody. “Em geral, o estado de hibernação se caracteriza por uma diminuição da temperatura do corpo, decréscimo da pulsação e da pressão arterial, diminuição do metabolismo e de toda a atividade do animal. A palavra hibernação vem do latim hibernare, que significa ´passar o inverno´”.
É necessário distinguir os animais que, de fato, hibernam daqueles que passam por um estado de torpor diário. O professor explica que a variação da temperatura de um animal que hiberna é pontuada por breves intervalos de despertar fisiológico (entrementes, o animal não está acordado, consciente).
Segundo Onody, durante esses curtos intervalos, os parâmetros fisiológicos retomam seus valores pré-hibernação. Esses intervalos de despertar não existem no estado de torpor. Sabe-se que, durante esses intervalos de despertar, a máquina biológica entra em ação: ocorre divisão celular para produzir proteínas e reparar células, estímulo do sistema imunológico e reversão das contrações dos dendritos (prolongamentos) dos neurônios. Essas contrações sempre ocorrem durante o torpor.
“De maneira surpreendente, o número de animais diferentes que se beneficiam da hibernação é, realmente, muito grande. Inclui os animais heterotérmicos – que não mantêm a temperatura do seu corpo constante, aproximando-a da temperatura ambiente -, como répteis, anfíbios e peixes; e os animais homeotérmicos – que mantêm a temperatura do seu corpo, aproximadamente, constante -, como os mamíferos e aves, pontua o professor.
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