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Adesivagem ajuda a entender o Processo de Tratamento de Efluentes

A comunicação visual é uma das principais ferramentas no processo de educação ambiental. As diferentes formas de expressão ajudam os visitantes do Parque Ecológico Imigrantes (PEI) a interagirem com o conhecimento presente nas instalações do local. Um exemplo são as imagens e textos criadas pela equipe do parque para ajudar o público a entender melhor como funciona o processo de tratamento de efluentes da estação (ETE).  Os adesivos colados aos compartimentos sugerem uma espécie de “transparência” e dão a ideia de como os efluentes passam pelo processo até sair como água em condições de ser descartada. Uma verdadeira aula de química e bioquímica em plena natureza.

A ideia de criar a imagem para ilustrar o processo surgiu das equipes de monitoria e manutenção coordenadas pela gerente operacional do parque, Margarete Koga. “Dentro da perspectiva da educação ambiental e dos processos de interação das pessoas com o ambiente de aprendizagem do parque, o objetivo da criação da imagem e dos textos que mostram o passo a passo da ETE foi facilitar a compreensão e estimular a reprodução dessa iniciativa, tão importante para o meio ambiente e para a saúde, em outros locais”, ressalta Koga.

A Estação de Tratamento de Efluentes do PEI foi instalada desde a inauguração do parque, em 2018. A adesivagem com os textos e a imagem foi executada recentemente pela Proecos Ambiental, empresa responsável pela manutenção da ETE. Ela segue um processo biológico, que é uma das alternativas mais econômicas e eficientes para a degradação da matéria orgânica de efluentes biodegradáveis. Nesse sistema ocorre a ação de agentes biológicos como bactérias, protozoários e algas. Essa degradação pode ocorrer por meio do tratamento biológico aeróbio e anaeróbio.

Como funciona

Ao todo, a ETE do PEI segue sete etapas. A primeira delas é a da entrada dos efluentes provenientes de vasos sanitários, pias e chuveiros.

A segunda, é a passagem das substâncias pelo Reator Anaeróbio que utiliza bactérias que não necessitam de oxigênio para respiração. Nesse processo ocorre o desenvolvimento e a estabilização da colônia de microrganismos responsáveis pela quebra dos compostos orgânicos poluentes e a sua transformação em partículas mais simples.

Na terceira etapa, no Reator Aeróbio, os efluentes recebem, por meio de sopradores, uma quantidade de ar suficiente para estimular o desenvolvimento da biota aeróbica. O estímulo é dado aos microrganismos para degradarem as substâncias orgânicas, o “alimento” para obtenção de energia mediante processos oxidativos. Eles se agregam ao que se chama de placas de aeração onde executam a tarefa de oxidar os compostos orgânicos.

No decantador secundário, que corresponde à quarta etapa, os flocos de microrganismos que se desenvolveram nas etapas anteriores se desplacam e, por serem mais densos que a água, são forçadamente sedimentados no fundo do compartimento. Somente a parte clarificada verterá por uma calha e passará para a próxima etapa.

Na quinta etapa, chamada de retorno de lodo, o sólido sedimentado retorna ao primeiro compartimento por meio de um processo de elevação pneumática e junta-se ao lodo bruto decantado na etapa Anaeróbia. O excesso dessa etapa deve ser removido periodicamente e encaminhado para o tratamento adequado.

A desinfecção é a sexta etapa. Nesse processo, o efluente entra em contato com pastilhas de hipoclorito de cálcio. Esse composto químico garantirá a eliminação de agentes nocivos à saúde dos seres humanos. Por fim, a sétima etapa corresponde à saída de água tratada, mas não potável, que pode ser devolvida ao meio ambiente em condições de ser utilizada para o bem da fauna e flora da Mata Atlântica.

 

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