Caneleiro-de-chapéu-preto: pássaro discreto
fotos de fêmea e macho, por Dario Sanches / Animalia.bio
O caneleiro-de chapéu-preto, também conhecido como caneleira e caneleiro-de-crista, é visto em grande parte do Brasil, exceto em estados do Norte, com predominância na Mata Atlântica, onde há maior concentração da espécie. Já seu nome científico Pachyramphus validus significa “Ave forte com bico robusto”.
Com plumagem escura, negro em parte das costas e cabeça, acinzentado na região ventral, no caso dos machos, e amarronzados nas fêmeas, a espécie apresenta algumas penas brancas nas asas e o topo da cabeça cinza escuro, cor que inspira o nome popular da ave. A área na frente dos olhos é clara, característica semelhante às outras espécies desse gênero, mas virtualmente invisível no macho.
Discreto, seu canto lembra o dos beija-flores, sendo o canto da fêmea mais melodioso que o do macho, uma exceção no mundo das aves. Raramente emitem um chamado baixo, anasalado.
Acostumado a viver em casais, ocasionalmente em grupos familiares, destaca-se na vegetação, gostando de ficar em poleiros expostos acima da mata ciliar, cerradão ou mata seca, bem como logo abaixo da copa e na parte média da mata.
No período reprodutivo a espécie constrói um ninho grande de fibras vegetais que, além do tamanho, chama atenção pela estrutura: apresenta uma entrada na lateral e um espaço próprio para a postura dos ovos na parte superior. Toda a construção é realizada pelas fêmeas, com a eventual contribuição dos machos. Elas também incubam os ovos manchados, que variam entre tons verde-oliva, pardo e cinza. O tempo de incubação é, provavelmente, de 18 ou 19 dias e os filhotes são alimentados pelo casal.
Sua alimentação é variada e conta com invertebrados e frutinhos. Possuem pousos preferidos na mata e, uma vez localizados, deixam-se observar nos longos períodos em que ficam à espreita de insetos em movimento.
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