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O impacto dos atropelamentos de mamíferos nas rodovias do Estado

fotoilustração VGR

O intenso fluxo de veículos que circulam nas duas rodovias que cortam o planalto paulista e a Serra do Mar – Anchieta e Imigrantes -geram impactos importantes na fauna local, entre eles, uma série de atropelamentos em animais que vivem nos trechos remanescentes de Mata Atlântica, onde está localizado Parque Ecológico Imigrantes (PEI).

Um estudo realizado pelo Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens (Lapcom), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP e publicado pelo portal do Jornal da USP, mostra, entre outras coisas, que mais de 37 mil mamíferos são atropelados por ano no Estado de São Paulo, sendo a maioria sem sinais de problemas de saúde. Isso demonstra que parte da fauna saudável e apta à reprodução é perdida em fatalidades.

De acordo com José Luiz Catão-Dias, professor da FMVZ e orientador do trabalho, “o trauma veicular retira das populações naturais a ‘nata’ reprodutiva, essa é a informação mais impactante da pesquisa, que diz respeito à saúde única e à conservação. Para um patologista, é muito triste necropsiar um animal saudável, além de ser uma situação muito impactante para a conservação”.

Segundo a reportagem, para ter acesso às carcaças nas rodovias, foram feitas parcerias com projetos de pesquisa de conservação que monitoram estradas, como o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) e a Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (Incab), parcerias técnico-científicas com concessionárias de estradas do Estado de São Paulo e buscas ativas pelas carcaças no Mato Grosso do Sul.

No total, durante três anos de monitoramento, só nas rodovias do Mato Grosso do Sul foram registrados mais de 13 mil animais atropelados, dados obtidos em colaboração com o Projeto Bandeiras e Rodovias do ICAS. Nos três biomas observados (Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal), havia muitos atropelamentos de tamanduás-bandeira e os animais carnívoros foram os mais afetados, como cachorros-do-mato, jaguatiricas e onças.

 

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