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Restauro de mata nativa gera créditos de carbono

O Parque Ecológico Imigrantes (PEI) é um dos exemplos mais importantes de restauro de mata nativa da Floresta Atlântica do Brasil. E essa experiência de sucesso pode ajudar outras áreas e regiões degradadas a renascerem por meio da plantação de mudas específicas desse bioma. Essa prática, além de ser extremamente benéfica ao meio ambiente, pode ajudar a impulsionar o mercado de carbono brasileiro ao auxiliar empresas e proprietários de terra que buscam fazer o restauro correto de florestas com intuito de cumprir a lei 12651, chamada de Código Florestal.

Gerar formas de vegetação nativa com vistas à sustentabilidade, crescimento econômico e melhoria da qualidade de vida da população brasileira é uma das premissas da lei. Mas reestruturar e fazer florescer uma mata com as características naturais da Mata Atlântica exige conhecimento e estratégias estruturadas para que o empreendedor do negócio tenha sucesso.

Processos de restauro de pastagens degradadas com a implantação de mudas nativas podem gerar a recuperação da biodiversidade e restabelecer a segurança hídrica de regiões, algo extremamente positivo para as comunidades locais, como vem ocorrendo na região do PEI.

A prática contribui para a criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da vegetação nativa e promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.

Mas, para executar um projeto como esse, é necessário o apoio de agrônomos e engenheiros ambientais para que façam um estudo detalhado das espécies que ocorrem na região do empreendimento. A ideia é que as mudas escolhidas se adaptem com facilidade ao clima, cresçam rapidamente e atraiam a fauna local.

A restauração de ecossistemas tem se tornado uma fonte de negócios no mercado de créditos de carbono. No final do ano passado, a Câmara dos Deputados, em Brasília, aprovou o projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil. O projeto cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) para compra e venda de créditos de carbono.

Toda a planta, por meio da fotossíntese, retira CO2 do ar. É graças a ele que a vegetação cresce. Por esse processo o carbono vira raiz, folhas e galhos e o oxigênio é liberado para o ar. Assim, a floresta do PEI se configura em uma prateleira de créditos de carbono, onde empresas podem investir comprando os certificados com a finalidade de compensar os impactos ao meio ambiente.

Cada tonelada de carbono que deixa de ser lançada ou é capturada equivale a um crédito. O valor de cada crédito depende do mercado, que pode ser o regulado ou o voluntário. No início de 2021, um crédito estava sendo vendido a R$ 30,28. Em dezembro, a cotação chegou a bater o recorde histórico de R$ 62,46.

O crédito de carbono é uma espécie de certificado ao qual demonstra que uma empresa conseguiu reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa ou conseguiu remover gases da atmosfera, por exemplo, com o plantio de florestas que absorvem esses gases.

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