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Consciência ambiental evita acidentes

O trabalho de educação ambiental, como o desenvolvido pelo Parque Ecológico Imigrantes (PEI), é cada vez mais necessário em um momento onde o planeta dá sinais de esgotamento. O desastre com dezenas de mortes no Litoral Norte de São Paulo não ocorreu de forma aleatória. Especialistas apontavam há anos que a urbanização acelerada na região, em área de solos frágeis e grande pluviosidade típica de trópico úmido, produziria situações de risco ambiental e humano cada vez mais graves.

Áreas de encostas são consideradas de Preservação Permanente (APP) e protegidas pelo Código Florestal, Lei nº 4.771, de 1965. Ou seja, não podem ser habitadas. É crime. “A vegetação dessas áreas cumpre uma função. Seguram o solo, pois as raízes ajudam a manter a terra fixa. Quando não tem a vegetação a tendência é a de o solo começar a se deslocar e assim ocorrer os deslizamentos. Em grandes cidades onde se tem ocupação de encostas, o risco de deslizamento é muito grande, explica o biólogo do PEI, Bruno Barbanti.

O caminho escolhido pelo PEI, em um momento de consternação como esse, é o de continuar investindo no trabalho de conscientização ambiental de crianças e adolescentes. É mostrar aos visitantes que onde há floresta preservada há ar puro, água limpa e solo resistente. E que esses elementos geram segurança alimentar, sanitária e ajudam a diminuir a ocorrência de eventos extremos, como tempestades intensas, inundações, enchentes, erosão, secas prolongadas e frio rigoroso.

“É sempre bom lembrar que a crescente urbanização e pavimentação de vias e a construção em áreas irregulares dificultam essa absorção pluviométrica e modificam o curso natural das águas, facilitando a ocorrência de assoreamento e deslizamentos de terra. Por isso, na região do entorno ao PEI, quando surgem ocorrências ou sinais de impacto ambiental, são tomadas as providências necessárias junto aos nossos colaboradores ou outras esferas cabíveis”, explica Margarete Koga, gerente operacional do parque.

O fato de que, em 2023, pessoas ainda percam a vida em moradias irregulares construídas em plena Mata Atlântica − um dos habitats mais raros e importantes do planeta – precisa ser encarado pelas próximas gerações como algo grave.

Nesse sentido, a ocupação em áreas de encosta está diretamente ligada a esses deslizamentos que causaram as mortes no litoral. Segundo Barbanti, os deslizamentos também podem ocorrer em lugares somente com vegetação e não ocupadas por moradias. “Quando o volume de chuva é excessivo, o solo não consegue absorver a grande quantidade de água e passa a exercer uma força sobre o solo. Mas, nesses casos, não envolve a perda de vidas e o impacto é somente ambiental”.

No caso dos alagamentos e enchentes, a vegetação também é importante. Assim como no controle do assoreamento de rios e drenagem, explica Barbanti. A mata ciliar ainda ajuda na preservação dos rios e também é considerada uma APP. A ideia é proteger as áreas de beira rio para evitar os alagamentos, o assoreamento, auxiliar na drenagem e na macrodrenagem das regiões.

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