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Temperaturas altas e desmatamento desordenado

As florestas como as do PEI ajudam na manutenção da temperatura e umidade do ar em condições ideais. São áreas como essas, de Mata Atlântica e de outros biomas, que ajudam na regulação do clima e diminuem a ocorrência de precipitações extremas de chuvas, como a que causou o desastre com dezenas de mortes no Litoral Norte de São Paulo. Nesse sentido, iniciativas como as do parque precisam se multiplicar com incentivo de órgãos governamentais e de empresas, pois a manutenção das florestas está diretamente ligada à questão climática.

De acordo com Margarete Koga, gerente operacional do parque, “as florestas atuam em conjunto com a água de rios, lagos e reservatórios, controlando o ciclo de vida dos biomas. O desmatamento desordenado torna-se responsável, além do aumento da temperatura, pela baixa retenção da água da chuva, causando graves alterações climáticas e grandes catástrofes que se tornam cada vez mais imprevisíveis”.

Nesse contexto, o trabalho de conscientização desenvolvido pelo parque é de extrema importância. Davi Costa, biólogo e monitor do PEI, explica que os conhecimentos acerca da Mata Atlântica realizados durante as monitorias − utilizando a própria mata, fauna e flora como uma sala de aula ao ar livre − funcionam como ferramentas didáticas que contribuem com o debate sobre a diminuição do aquecimento global.

“Muitas escolas agendam a visitação para que os estudantes vivenciem o que estão aprendendo em sala de aula − nesse sentido, os monitores do PEI exercem papel fundamental”, ressalta Koga. Ela reforça o fato de que menos de 30% da Mata Atlântica original permanece intacta. “Por isso, temos o cuidado com a área que abrange o parque, limitando o número de visitantes por dia e horário de funcionamento, para minimizar o impacto e facilitar para que a vegetação continue a crescer e se expandir, perpetuando vivências e estudos”, complementa.

Para a monitora, Priscila dos Santos, o fato de o PEI trabalhar com a educação ambiental de  crianças e jovens contribuirá no futuro para minimizarmos os impactos ao meio ambiente e o aquecimento global.

O planeta está precisando de pessoas mais conscientes, explica a monitora Ariane Leal. “O aumento do aquecimento global e outros grandes desastres que temos presenciado, ocorre, em boa parte, por causa da degradação das matas” ressalta ela.

As florestas e o clima

Os cientistas sempre estudaram a relação das florestas com a manutenção do clima em geral. Alguns estudos apontam que a Amazônia é responsável por grande parte da umidade que chega no centro-oeste, sudeste e sul do país por meio dos chamados rios voadores, que sobrevoam a América do Sul pelo céu. “Se um dia a Amazônia não estiver mais lá, esses rios flutuantes sumirão e isso mudaria drasticamente o clima aqui na região, explica Bruno Barbanti, biólogo do PEI.

O especialista explica que as árvores, além de extraírem umidade do solo liberada pelas folhas, regulam a temperatura. “Isso ocorre, pois a vegetação protege o solo criando um microclima que diminui os impactos da exposição ao sol. Isso é o que gera grande umidade. Além disso, a mata é responsável por gerar permeabilidade no solo por meio das raízes”, salienta Barbanti.

A Mata Atlântica possui uma biodiversidade riquíssima, mas com uma vegetação extremamente ameaçada por uma pressão de ocupação humana muito forte e pela especulação imobiliária. Quando o homem promove desmatamento na região amazônica, ele não afeta somente aquele local, mas toda uma cadeia de ecossistemas, entre eles o Pantanal e a Mata Atlântica.

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