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PEI pode ser lar do sapinho da neblina

foto: Léo Malagoli/divulgacão Fundação Florestal SP

O Parque Ecológico Imigrantes tem todas as características para também ser o lar de uma nova espécie de sapo identificada por uma equipe de zoólogos de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Apesar de ainda não ter sido avistado por lá, o sapo Brachycephalus ibitinga – uma mistura de grego e tupi que significa algo como “o cabeça curta da neblina” – possui entre 12 a 15 milímetros de comprimento (o tamanho da unha do polegar) e vive em uma faixa de Mata Atlântica que se distribui por nove municípios: Bertioga, Paranapiacaba, Santo André, São Bernardo, Cubatão, São Vicente, Itanhaém, Juquitiba e São Paulo.

Na capital, foi encontrado no Parque Natural Municipal Varginha, próximo à represa Billings. Tem coloração variando do amarelo vibrante ao abóbora e estruturas ósseas reforçadas na cabeça e na coluna vertebral que formam uma espécie de escudo dorsal cujas bordas são visíveis através da pele (Herpetologica, no prelo).

Curiosidade

Os sapinhos da Mata Atlântica são surdos à própria voz. Uma equipe internacional liderada pelo zoólogo Luís Felipe Toledo, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fez um experimento comportamental com duas espécies de Brachycephalus – B. ephippium e B. pitanga, ambos medindo cerca de 2 centímetros.

O grupo verificou que nem os machos nem as fêmeas reagem ao canto gravado e transmitido por alto-falantes. “Ficamos curiosos porque não é possível enxergar o tímpano dos Brachycephalus”, lembra Toledo. De fato, as análises anatômicas mostraram que essas duas espécies não têm tímpano – a membrana que compõe a chamada orelha externa – nem os ossículos da orelha média. O que eles mantêm são os dois órgãos auditivos da orelha interna, um capaz de detectar as frequências sonoras graves e outro as agudas.

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