Pesquisa traz estudo comparativo entre Floresta Amazônica e Mata Atlântica
Um estudo que correlaciona os fluxos ascendentes e descendentes de Compostos Orgânicos Voláteis Biogênicos (Bcovs) da floresta Amazônica e da Mata Atlântica − importantes para o entendimento sobre as mudanças climáticas − teve os primeiros resultados divulgados pelo grupo de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Universidade de São Paulo (Ipen/USP) e do Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA), coordenado pelo professor Oscar Vega Bustillos.
O ponto mais alto da passarela elevada do PEI foi um dos locais escolhidos para medição. O outro foi o Observatório da Torre Alta da Amazônia (ATTO), em Manaus-AM. O objetivo foi comparar os fluxos dos Bcovs da maior floresta intacta do mundo (Amazônica) com os da floresta com maior influência antropogênica (do homem), com 93% de mata degradada (Mata Atlântica).
As conclusões do trabalho até o momento, segundo o professor Bustillos, mostram que a ação antrópica exerce influência determinante na atmosfera da pequena região de mata atlântica, ou seja, por mais que existam árvores características de florestas tropicais, elas em si não são suficientes para que ocorra uma regulação climática.
O resultado, segundo o professor Bustillos, demonstra uma grande diferença entre os fluxos regionais. Essa distinção se deve à grande zona industrial nas regiões sudeste e sul do país, em comparação com a região intocada da Amazônia. “Temos que enfatizar a importância de uma investigação mais aprofundada sobre o uso adequado da terra, uma vez que esse processo está diretamente relacionado ao clima”, explica Bustillos.
O Parque Ecológico Imigrantes tem um papel de extrema importância para a pesquisa. Os próximos passos a serem realizados será a identificação de qual espécie vegetal tem maior influência na formação de nuvens. A equipe de pesquisadores do Ipen-USP conta com a participação de Caroline Kako Ostermann, Elias Felipe de Carvalho e Mariana Andrade. Segundo eles, as duas florestas estão conectadas pela Convergência do Atlântico Sul, ou rios voadores.
Os dados da micro meteorologia e de fluxo de ar são medidos por meio de sistema de coleta de gases Bcovs que compreende um anemômetro sônico, um microcomputador, um fluxômetro de gás, uma bomba de ar e oito cartuchos coletores de gases. Este sistema foi construído no laboratório e leva o nome em inglês de “Realexed Eddy Accumulator – REA”.
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