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Práticas ilegais levam à extinção de plantas

A biodiversidade da Mata Atlântica é constituída por uma imensa variedade de tipos de vegetação com lindas espécies de plantas e flores que formam um verdadeiro jardim natural. Mas a beleza dessa flora nativa muitas vezes corre perigo por causa da extração predatória e do contrabando realizado por colecionadores e vendedores na internet de espécies de plantas em extinção. Essa prática tem movimentado um mercado ilegal nas redes sociais. As plantas hoje geram likes e dinheiro.

De acordo com matéria feita pelo canal BBC News, as plantas quase extintas da Mata Atlântica estão sendo oferecidas na internet por valores que chegam à casa dos R$ 150 mil. No ambiente virtual as espécies começam a ser exibidas e cobiçadas como bens de consumo, com elevados preços, o que estimula ainda mais a extração predatória.

Por esse motivo, as reservas ambientais e áreas de proteção permanente da Mata Atlântica, como a região do PEI, e de outros biomas, precisam do apoio e mobilização da sociedade para que continuem cuidando da flora e incentivem as esferas das gestões públicas a tomarem medidas contra o extrativismo predatório.

Tipos de Orquídeas, Bromélias, Begônias, Briófitas, entre outras espécies, já não são mais encontradas com facilidade e passam por um processo de extinção. Manter plantas e flores em casa é uma das melhores coisas que podemos fazer, mas é mais ético saber que elas não foram extraídas da natureza de forma ilegal e que não fizeram parte de uma ação danosa ao meio ambiente.

A extração de plantas dos meios naturais gera efeitos que impactam outros seres vivos e alteram o equilíbrio na região, o que força um processo em cadeia e impacta em novos processos de extinção. Para Suzana Ursi, professora de Botânica da USP e vice-diretora do Parque Cientec, em entrevista para a BBC News, influenciadores que se popularizaram por causa de suas “urban jungles” deveriam mostrar plantas raras apenas em seus ambientes originais.

“Estamos fazendo com as plantas o que já fazemos com as pedras preciosas”, critica Ursi. “Entramos numa lógica de antropocentrismo e consumismo que é o contrário do bem-estar que esperamos ter ao estar perto da natureza”, diz ela.

Para termos uma ideia sobre a importância do assunto, o site EcoDebate noticiou recentemente que, após meio século ter sido declarada extinta no habitat das florestas atlânticas paulistas, a orquídea Octomeria estrellensis voltou para a natureza. O trabalho de reintrodução fez parte de um programa de conservação do Legado das Águas, maior reserva de Mata Atlântica do país, que está reproduzindo espécies raras e ameaçadas de extinção para propagação no bioma. A redescoberta dessa espécie permitiu a reprodução de cerca de mil mudas, podendo, agora, dar a possibilidade de tirar o nome dessa orquídea da lista de espécies extintas e ser propagada para outras áreas de floresta.

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